quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017


A Ficção de Clarke

 

                            Arthur C. Clarke, inglês, é de 1917 e está vivo em 2003, aos 86 anos, vivendo no Sri Lanka (antes de 1972 Ceilão), cuja capital é Colombo.

                            Escrevendo ficção científica há 60 anos, Clarke tem a propriedade de fazê-la sempre plausível. Diferentemente dos demais, que inventam malabarismos e coisas aparentemente muito avançadas para manter a atenção de seus leitores, Clarke é sempre pausado, consistente mesmo quando vai a extremos, por ter tido formação técnica e científica com louvor. Previu os satélites geo-estacionários, quinze anos antes do lançamento do Sputnik.

                            Foi autor do conto que anos depois foi expandido para ser a base de 2001, Uma Odisséia no Espaço, filmado por Stanley Kubrick, já falecido, e que já assisti 12 vezes sem perder o interesse. Sucessivamente, como já reportei, escreveu três seqüências para o livro, das quatro tendo sido filmadas duas – creio que o episódio final está sendo filmado, tendo sido saltado o terceiro. Tem lá umas centenas de obras, todas interessantes, até onde conheço, sem nada de mágico. É de tudo uma pena que os cineastas não tenham filmado todas as suas obras (que seriam, classicamente, refilmadas passados 30 anos). Com tantas obras de tiroteio, de policiais e da Máfia, a razão de não filmarem seus livros, tão melhores que aquelas tolices de correria, me escapa. Quer dizer, não escapa mesmo, a humanidade é infantil, não sabe abordar grandes temas com seriedade.

                            E aí está um desses grandes autores humanos (existe encantamento num milhar deles, em várias áreas), cujas obras são esparsamente abordadas. É uma pena total.

                            Vitória, quarta-feira, 30 de abril de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário