Campresidência
Como disse para as
prefeituras, devendo existir uma para o campo e outra para a cidade (afinal, a
cidade é a capital do município, e é quase sempre pequena e relação a este), o
mesmo deve se dar para a Presidência da República. Aliás, no plano estadual,
onde se repetiria a providência, teríamos o governatório, o lugar de onde se
governa, com o governador no centro - enquanto não há termo equivalente para a
Presidência – também com dois segmentos na vice-governadoria.
Teríamos uma Vice-Presidência
do Campo e outra Vice-Presidência das Cidades (na realidade poderiam ser vários
vice-presidentes com tarefas, o que impediria que o solitário de agora
conspirasse contra o presidente), enfeixadas pelo presidente e prestando contas
a ele. Como estamos agora, dá-se muita atenção às cidades e quase nenhuma ao
campo. A paridade serviria para revalorizar a roça, as propriedades rurais, os
distritos. Os prefeitos se dirigiriam a um ou a outro, conforme as
necessidades, e não diretamente ao presidente, exceto no caso de tantas maiores
cidades (as 100 mais, digamos, em determinados períodos característicos, exceto
para as 10 maiores).
Quais são os
problemas do Campo (em maiúsculas conjunto ou família ou grupo de campos)? É
claro que não são os mesmos das cidades, mas os moradores de lá não têm
atendimento especial, interessado, interessadíssimo até. Ficam distantes,
pegando a mesma fila das cidades, que contém muito mais moradores e detém maior
riqueza. Quem os estuda, particularmente? Os tecnartistas e os pesquisadores se
voltam para eles, para seus problemas, em busca de soluções? Não, claro que
não. Só de a pergunta parecer estranha já vemos quão distantes estamos da
solução.
Então, só por isso a
República não pode se pretender igualitária, e isso é um dano que causa
problemas inumeráveis.
Vitória,
segunda-feira, 09 de junho de 2003.
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