segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


Filmes Policiais Brasileiros

 

                            Os filmes policiais americanos são sabidamente violentos, com tiroteios infindáveis, ao passo que os brasileiros mostram “a face negra” dos policiais (indivíduos), de suas corporações e dos governos por trás deles. Não há nada de edificante, só o lado degradante, quando se sabe que a soma é zero.

                            NÓS VEMOS e sentimos na pele a truculência dos policiais daqui. Porém, vendo que as traduções na Rede Cognata (veja Rede e Grade Signalíticas, Livro 2) são policiais = AMIGOS = INIMIGOS = SUJOS = SANTOS = PUTOS = SAFADOS, etc., aqui só se mostra o lado ruim, o lado péssimo deles, sempre o da inimizade, tanta raiva temos do Estado neste país, como símbolo de tanta canalhice, de tanta velhacaria, de tanto acoitamento de desejos escusos.

                            Entrementes, é claro, outro tipo de enredo pode ser construído, tanto no Brasil quanto nos EUA e no resto do mundo. Também não vá a gente, futuramente, construir filmes docinhos, refrescantes, puros, santificados, acreditando que os policiais não são ruins, pois são, uma grande parte deles.

                            De preferência os cineastas deveriam ser isentos, mostrando tanto um lado quanto outro da moeda.

                            Depois, há cinco regiões a olhar, com suas particularidades, num país imenso, com um décimo das áreas aproveitáveis (as terras emersas são de 140 milhões de km2, mas pelos meus cálculos só uns 90 milhões podem ser realmente usados pela humanidade – tendo o Brasil 8,5 milhões de km2, isto naturalmente é a décima parte) do planeta.

                            Há algo errado com esses cineastas e investidores brasileiros, que em primeiro lugar não conseguem ter autonomia, e em segundo não conseguem ver em profundidades os elementos constitutivos de uma brasilidade mais dilatada.

                            Vitória, terça-feira, 17 de junho de 2003.

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