Paranóia como Valor
de Sobrevivência
A Barsa eletrônica
diz: “Paranóia é uma doença mental que se caracteriza por um estado de delírio
permanente, internamente bem estruturado, cuja aparente coerência externa
resiste à argumentação lógica” e é associada a delírios de grandeza e
perseguição.
Um dos nossos
amigos, RLB, é paranóico, sem dúvida alguma, e nem porisso eu gosto menos dele.
Pois ele é capaz de
observar a realidade. Em 1977, quando ninguém dizia isso, ele afirmou que
Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio (então sem ter adotado o Lula, que é
diminutivo de Luís) da Silva tinham sido plantados pelos militares, o primeiro
entre os intelectuais e o segundo entre os operários, para serem eventualmente
usados na política, isto é, na prateoria de controle do povelite/nação,
naturalmente para beneficiar as elites.
FHC ficou como
presidente de 1994 a 2002 e então entrou o Lula, capitaneando as esperanças de
mais de 60 % da população, menos as minhas, de RLB e de menos 40 % dos
brasileiros, a maior parte dos quais à direita, eu com certeza anarco-comunista,
sabedor que os burgueses como FHC e os aspirantes a pequenos-burgueses como
Lula jamais irão verdadeiramente encarnar as lutas dos trabalhadores (não são
só operários, mas dos trabalhadores, os que trabalham, inclusive as elites que
trabalham; sempre vão defender igualmente os interesses dos aproveitadores).
Não deu outra.
Guardei essa
afirmação do RLB durante 25 anos, até sua confirmação, e vi que toda a paranóia
dele tem valor de sobrevivência. Perguntando de outro modo: como é que as
doenças sobreviveram, darwnisticamente falando, e como evoluíram, como se
tornaram mais aptas? Sabemos que a Organização (em maiúsculas conjuntos ou
famílias ou grupos de organizações) geral não sobrevive enquanto tal, nem
prospera, se não tiver valor de sobrevivência, isto é, se não tiver utilidade.
Portanto, se a paranóia, a esquizofrenia, psicose maníaco-depressiva, fobias,
ansiedades, etc., sobrevivem é porque tem utilidades variadas, o que não vem
sendo observado. Só pensamos em acabar com elas, como com o vírus da varíola, ao
qual a ONU e os EUA queriam dar fim ou, como o povo e os jornalistas dizem
enfaticamente, fim definitivo.
A paranóia torna o
seu portador superatento, embora ao custo de doenças somáticas correspondentes
ao estado permanente de tensão da observação.
Vitória, domingo, 15
de junho de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário