segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


Kazaa

                            Segundo dizem o Kazaa é a versão em inglês e o Kazaa Lite a versão em português. Neste momento não tenho condições de saber ao certo.

                            Em todo caso o que se sabe é que eles puxam músicas na Internet – centenas, milhares. Quando em banda larga podemos puxar o quanto quisermos, e rapidinho. Supostamente isso prejudicaria a indústria fonográfica, mas no modelo aprendi a ver tudo em soma zero. Se é fato que puxando podemos ouvir sem pagar, sei que em mim despertou a vontade de comprar de novo CD’s, o que eu não fazia há anos, porque fiquei com raiva dos artistas, especialmente os músicos.

                            Analisando friamente, eles nos permitem ouvir todo tipo de música, com seus ritmos associados e suas danças características, de todo país do mundo, e a qualquer artista, extraindo-as de qualquer álbum, qualquer selo, desde que saibamos como buscar. É como com os livros: antes, se eu precisasse de uma palavra ou verbete qualquer deveria ter em casa um dicionário e uma enciclopédia, necessariamente caros (as), ao alcance de poucos. Passa-se agora o mesmo que com Gutenberg, na transição da Idade Média: a invenção por ele dos tipos móveis criou o mundo moderno, depois o contemporâneo. A partir de 1991, quando, penso, deu-se a transição para o mundo pós-contemporâneo, com a Queda da URSS, a inauguração da Internet em 1989 possibilitou esse novo salto que está se dando mesmo sob as nossas barbas, bem à nossa frente, sem que muitos se deem conta.

                            A Internet e instrumentos como o Kazaa, o Google e outros estão possibilitando acesso livre e imediato a todas as palavras, conceitos, conversações, pensamentos, multiplicando por mil, já, e por milhão, mais tarde, tudo que se fazia até 1988.

                            E assim é também com a Música geral, agora universalizada. Podemos ficar conhecendo músicas de todos os povos, quando antes não compraríamos os discos, por falta de recursos, sempre dirigidos preferencialmente às nossas próprias expressões. No mínimo o Kazaa é um serviço fantástico à globalização.

                            Vitória, terça-feira, 17 de junho de 2003.

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