Os 100 Mais Nacionais
Agora estão
aparecendo esses livros que agrupam cem biografias desses e daqueles, o que é
muito bom, exceto quando promovem distorções, como é o caso de Hart (Michael
H., As 100 Maiores Personalidades da
História, 5ª. Edição, Rio de Janeiro, DIFEL, 2002).
Como são, segundo
disseram, cerca de 220 as nações, se adotássemos 100 para cada uma teríamos 22
mil, o que é muito para um só pesquisar, mas não se distribuído internamente. E
certamente, exceto nas menores nações, sempre se poderá fazer. Mesmo assim, Vaticano tem apenas 0,44 km2
e algumas centenas de habitantes, mas lá moraram os papas, de modo que há mais
de 100, tomados os mais importantes e significativos.
E todo mundo pode
escolher seus 100 maiores, entre homens e mulheres, nos níveis: 1) popular, 2)
de lideranças, 3) de profissionais, 4) de pesquisadores, 5) de estadistas, 6)
de santos e sábios, 7) de iluminados. Sempre haverá alguém de quem se goste,
internamente. A importância disso para fora é que os de fora ficarão conhecendo
aqueles 100 selecionados, aos quais não teriam acesso, nem a suas obras, que
podem ter significado universal, sem que tal fosse amplamente conhecido.
Ora, os
historiadores são gente esperta, mas ninguém é obrigado a conhecer tudo,
absolutamente tudo; o deslocamento cultural, as preferências de ordem
civilizatória, as valorações, os desvios podem promover o ocultamento de
personalidades de extrema representatividade. Às vezes colocam-se personalidades
menores dos países centrais, mas não algumas das regiões periféricas que irão
depois se mostrar fantasticamente representativas. Imagine-se o que teria sido
elaborar As 100 Maiores Personalidades do Império Romano: embora a Palestina
estivesse nele, Jesus não teria constado, o que seria um absurdo. E ainda que
internamente errem, depois poderão ver o que imaginavam aqueles serem os mais
importantes.
Com
base em tal estudo mais amplo e desapaixonado os geo-historiadores poderiam
fazer uma escolha mais sensata, ajuizada e equilibrada, realmente representativa.
Vitória,
sábado, 14 de junho de 2003.
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