domingo, 26 de fevereiro de 2017


Os 100 Mais Nacionais

 

                            Agora estão aparecendo esses livros que agrupam cem biografias desses e daqueles, o que é muito bom, exceto quando promovem distorções, como é o caso de Hart (Michael H., As 100 Maiores Personalidades da História, 5ª. Edição, Rio de Janeiro, DIFEL, 2002).

                            Como são, segundo disseram, cerca de 220 as nações, se adotássemos 100 para cada uma teríamos 22 mil, o que é muito para um só pesquisar, mas não se distribuído internamente. E certamente, exceto nas menores nações, sempre se poderá fazer.  Mesmo assim, Vaticano tem apenas 0,44 km2 e algumas centenas de habitantes, mas lá moraram os papas, de modo que há mais de 100, tomados os mais importantes e significativos.

                            E todo mundo pode escolher seus 100 maiores, entre homens e mulheres, nos níveis: 1) popular, 2) de lideranças, 3) de profissionais, 4) de pesquisadores, 5) de estadistas, 6) de santos e sábios, 7) de iluminados. Sempre haverá alguém de quem se goste, internamente. A importância disso para fora é que os de fora ficarão conhecendo aqueles 100 selecionados, aos quais não teriam acesso, nem a suas obras, que podem ter significado universal, sem que tal fosse amplamente conhecido.

                            Ora, os historiadores são gente esperta, mas ninguém é obrigado a conhecer tudo, absolutamente tudo; o deslocamento cultural, as preferências de ordem civilizatória, as valorações, os desvios podem promover o ocultamento de personalidades de extrema representatividade. Às vezes colocam-se personalidades menores dos países centrais, mas não algumas das regiões periféricas que irão depois se mostrar fantasticamente representativas. Imagine-se o que teria sido elaborar As 100 Maiores Personalidades do Império Romano: embora a Palestina estivesse nele, Jesus não teria constado, o que seria um absurdo. E ainda que internamente errem, depois poderão ver o que imaginavam aqueles serem os mais importantes.

              Com base em tal estudo mais amplo e desapaixonado os geo-historiadores poderiam fazer uma escolha mais sensata, ajuizada e equilibrada, realmente representativa.

              Vitória, sábado, 14 de junho de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário