Como que por Mágica
O filme começa como
um qualquer da era pós-contemporânea, com carros, com gente num PUB londrino
assistindo TV e bebendo cerveja, com tudo superindustrial e
supertecnocientífico, só que com o avançar da trama percebe-se que há uma graduação
de curandeiros, de magos, de feiticeiros, de necromantes – magia branca e magia
negra – em jornais, em universidades, em fábricas de automóveis, e que tudo se
conjura. Desde a prestidigitação até a magia verdadeira, tudo é mágico e
artístico, que são os pólos dominantes sobre a Teologia/Religião, a
Filosofia/Ideologia e a Ciência/Técnica, e que toda Matemática está voltada
para confirmar os teoremas da Magia.
Os rituais são como
os tecnocientíficos, só que mágicartísticos, com tudo surgindo do nada, dando
espaço e tempo para uma paródia à T/C. Cinqüenta autores diferentes, observando
as obras uns dos outros, num crescendo de complexidade, irão compondo os
episódios da série que sucederá o filme-piloto.
Risível, com
situações de pilhéria, com deboche da pompa tecnocientífica, com mágicas e
contramágicas, com tremendas doutrinas da origem das coisas, onde vicejam o
calórico, o éter, o foglístico, a energia vital, tudo que foi expulso, as
forças como espíritos, a teoria do mago Ptolomeu. Os heróis são diferentes, são
os magos destronados. Os bandidos são os hereges fulano e beltrano, os
cientistas que aqui são louvados. Há muito espaço para pesquisa pelos autores
dos textos, dos scripts que irão guiar a construção coletiva bastante coerente.
Magos podem ser contratados para a brincadeira, assim como pesquisadores dos
demais vértices, um chiste universal supremamente divertido. Renderá muitos
risos e diversão altamente centrada, com deboche para os orgulhosos, muita
oportunidade de baixar as cristas, os topetes dos soberbos.
Vitória,
segunda-feira, 23 de junho de 2003.
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