terça-feira, 28 de fevereiro de 2017


Os Poderes do Super-Homem

 

                            Pensemos na visão de raios-X.

                            Era interessante, especialmente para os adolescentes (das décadas anteriores à Internet, porque desde 1989 elas estão expostas à vontade), pensar em ver as mulheres sem roupas, mas de fato o aparelho de raios-X real funciona emitindo de um lado e recebendo de outro, na chapa que fica então impressionada. Os olhos do SH emitiriam, mas como os raios voltariam com as notícias de dentro dos edifícios?

                            O sopro de ar gelado, que congela as coisas, vem de dentro, do pulmão, que normalmente é mais quente que o ambiente (razão pela qual, no frio, ao expirarmos o ar quente de dentro, ele se congela em névoa no ar frio de fora). Para tal os pulmões do SH deveriam estar a uma temperatura abaixo de zero e que fisiologia seria essa eu não sei – mas, em todo caso, os biólogos dariam tudo para poder estudar.

                            A visão de calor, por outro lado, emite infravermelhos, que devem ser gerados por uma fonte poderosa. Todos emitimos infravermelhos, através do corpo inteiro, mas, como torná-los focados, como a luz no LASER, amplificando e dirigindo as ondas, eis um problema a ser resolvido. Como é que o SH teria dentro de si, no sistema visual, tal focalizador?

                            Depois, há o vôo em si. Santos Dumont resolveu o problema do vôo do mais pesado que o ar, mas para isso foi preciso colocar asas que façam o esforço para frente provocar empuxo sustentador para cima. O SH é mais pesado que o ar, porém não possui asas nem motor.

                            A supervelocidade, por outro lado, é mais constrangedora ainda, porque ao parar a energia cinética da quantidade de movimento do SH deve ser transformada em outras formas de energia, digamos calor. Além disso, durante o movimento Clark Kent se denunciaria pelo rastro de turbilhonamento (que nunca está representado nos filmes, nem nos seriados).

                            E assim por diante.

                            É claro que isso não tem explicação, é fantasia, mas pelo menos os escritores poderiam buscá-las, o que permitiria às séries se tornar muito mais consistentes e atrativas.

                            Vitória, quarta-feira, 25 de junho de 2003.

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