segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


As Duas Nações

 

                            Paul A. Samuelson diz em seu livro, Introdução à Análise Econômica I, 7ª. Edição, quarta tiragem, Rio de Janeiro, 1973, páginas 13 e 14:

                            “Não apenas a Economia é ao mesmo tempo uma arte e uma ciência, mas, como matéria pode combinar os pontos atraentes tanto de Humanidades como das ciências. Sir Charles Snow, cientista e novelista, pediu que se acabasse com a separação ‘das duas culturas’”.

                            Vejamos no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) a reunião se daria entre a cultura de cima e a cultura de baixo, entre um e os demais vértices, para todos, entre esquerda e direita, entre técnicas e artes em tecnartes, entre pobres e ricos, entre nortistas e sulistas, entre os do Leste e do Oeste, entre os do Ocidente e os do oriente, entre negros e brancos, entre mulheres e homens.

                            Falar é fácil, mas para resolver mesmo é preciso fazer um manso esforço contínuo, desassombrado, amistoso, categórico. Não se trata apenas das economias (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos), nem das psicologias (psicanálise, psico-síntese, economia, sociologia e geo-história), e sim de tudo, mesmo, o que quer dizer basicamente RENÚNCIA, aceitação, receber em casa o inimigo jurado – e isso não é fácil, pois desde dois mil anos atrás Jesus pede, “amai o próximo como eu vos amei”, irrestritamente, sem quaisquer limites, e sem grandes resultados. Como sabemos de termos falhado tantas vezes, isso não é fácil, o que é retratado pelas separações raciais, sexuais, sociais e tantas outras. Operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas separados, nações divididas, guerras, tudo isso diz que ainda teremos muito trabalho pela frente antes que estejam juntas as duas nações.

                            Vitória, terça-feira, 24 de junho de 2003.

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