terça-feira, 28 de fevereiro de 2017


O Prêmio de Pulitzer

 

                            Joseph Pulitzer, segundo a Barsa de papel, São Paulo, 1993, p. 89, volume 13, foi jornalista americano de origem húngara (1847 a 1911, 64 anos entre datas). Ganhava dinheiro “fácil”, ou seja, tinha boa visão de negócios, indo às trocas mais vantajosas.

                            Comprou e vendeu jornais, ganhou bastante dinheiro e depois instituiu o prêmio que leva seu nome, agora famoso. Embora tenha em seu passivo o ter apoiado a guerra americana contra a Espanha, por outro lado apoiou as reivindicações trabalhistas e “(...) doou parte de sua grande fortuna à escola de jornalismo da universidade de Colúmbia, inaugurada em 1912”. Não vejo os empresários brasileiros, mormente os da mídia, fazendo isso, talvez porque eles prefiram sonegar de montão (nem todos, claro, há as exceções que honram o mundo).

                            O prêmio foi instituído em 1917 e é concedido anualmente pela Universidade de Colúmbia. Os jornalistas americanos ficam alucinados; pelo menos é o que a gente vê pelo cinema.

                             É curioso, isso, nos EUA, e eu gostaria de saber quantos similares há no restante do mundo. Isso é distintivo de lá? As outras nações fizeram? Antes ou depois? De que tipo? Porque, veja, embora prêmios sejam, como o dinheiro, fonte de separação, de diferenciação, classifiquem como superior e inferior (e porisso mesmo sejam por princípio detestáveis), por outro lado é verdade que imprimem no ser o sobre-esforço em nome do coletivo de produção, do que redunda muita coisa boa.

                            Assim, chega lá o Pulitzer, ido da Hungria como migrante, trabalha à bessa, negocia, ganha dinheiro e num ato de desprendimento doa grande parte de sua fortuna. Claro, muitos outros fizeram a mesma coisa, mas louvo agoraqui a ele, porque saiu de si, porque se doou, pelo menos nisso. Não fosse a grandeza humana, onde estaríamos nós todos agora? Teríamos sido irremediavelmente condenados ao desaparecimento.

                            Vitória, terça-feira, 17 de junho de 2003.

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