domingo, 26 de fevereiro de 2017


A Geo-História do Elevador

 

Numa quarta-feira, 25 de junho de 2003, quase 14 anos passados, escrevi o texto abaixo. Agora estou aposentado, naquele ano estava na ativa (até 07 de julho de 2015) e conto isso para falar dessa maravilha que é o universo e da maravilha mais gratificante que é perscrutá-lo. Escrevia de manhã (em virtude da insônia, acordava muito cedo), antes de sair, no serviço se havia folga não comprometedora, de noite ao voltar, de domingo a domingo; dia útil, sábado, domingo e feriado – e falo isso para demonstrar minha alegria insopitável, incontrolável.

Não fosse OTIS (os elevadores Otis ainda são fabricados) as cidades seriam muito mais espalhadas, ocupando o dobro, o triplo, até 10 vezes a área de agora, tomando muito mais espaço à agropecuária ou impedindo (o que talvez fosse bom) a expansão desenfreada da população, que força tanto o planeta.

OTIS E SEU ELEVADOR

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Elevador
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um elevador ou ascensor é um equipamento de transporte utilizado para mover bens ou pessoas verticalmente ou diagonalmente. O primeiro elevador foi construído em Roma no século I a.C., por um engenheiro chamado Vitrúvio. Neste mesmo modelo de elevador, o mecanismo era um sistema de transporte de carga vertical composto por um conjunto de roldanas movidas por força humana (muitas vezes escrava), animal, ou água.
Em 1853, o americano Elisha Graves Otis concebe o dispositivo de segurança que entra em ação no caso de os cabos se romperem.[1]
O primeiro elevador elétrico foi construído por Werner von Siemens em 1880[2], sendo o Savoy Hotel o primeiro a possuir tal equipamento.[3]
Os elevadores mais rápidos do mundo estarão, a partir de 2016, no Guangzhou CTF Finance Centre, um arranha-céus em construção em Guangzhou, República Popular da China:[4] serão capazes de atingir 72,4 km/h, subindo do primeiro piso ao piso 95 em 43 segundos.[4]
No Brasil, o elevador mais antigo da cidade do Rio de Janeiro, no Castelo Mourisco, encontra-se na FIOCRUZ (Fundação Osvaldo Cruz).

Muitos participaram da criação disso que conhecemos hoje.

Repare que Vitrúvio (o mesmo arquiteto romano que deu nome ao Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci) inventou um monta-cargas no século I antes de Cristo e se os romanos se preocupassem com o povo (isso só aconteceu com a Cristandade geral), poderiam ter se antecipado em 19 séculos, com consequências imprevisíveis, pois foram os inventores do cimento e tinham prédios de oito andares.

Se Otis não tivesse feito, outros pensariam mais cedo ou mais tarde, porque estava no horizonte do tempo a exigência de concentração populacional, em virtude da falta de meios de transporte como os conhecemos. Em todo caso, o mérito é dele. Como teria sido o mundo sem elevadores? Isso poderia ser tema de fantasia FC ciberpunk, porém o mais interessante seria um livro inteiro dedicado aos ascensores e seus desdobramentos civilizatórios-culturais.

Vitória, domingo, 26 de fevereiro de 2017.

GAVA.

 

OTIS-MISTA (os otimistas inventam para o bem – do que pode advir o mal, como o modelo diz -, enquanto os pessimistas inventam para o mal – e vice-versa o contrário, como dizem alguns)

A Geografia do Elevador
 
                            No livro O Guia dos Curiosos, São Paulo, Cia. Das Letras, 2001, p. 220, o autor, Marcelo Duarte, diz:
                            “Os elevadores elétricos pareceram em 1880. Na Roma do século I a.C., porém, um engenheiro chamado Vitrúvius criou o primeiro elevador de carga, baseado num sistema de roldanas movidas por força humana, animal ou água. Já o dispositivo de segurança que entra em ação no caso de os cabos se romperem foi bolado pelo americano Elisha Graves Otis, em 1851”.
                            O primeiro elevador (motorizado, como vimos, isto é, movido a forças que não as humanas) foi instalado num prédio de Nova Iorque em 1889, mas Elisha Graves Otis apresentou o primeiro sistema de segurança em 1853, mostrando-o definitivamente quatro anos mais tarde, segundo a Internet. Otis, americano, nasceu em 1811 e viveu até 1861, apenas 50 anos entre datas, mas fez uma coisa extraordinária.
                            Para ter uma ideia do que foi, tire todos os elevadores que existam em quaisquer prédios, sejam os de cargas (tudo subindo com grande dificuldade alternativamente pelas escadas), sejam os de passageiros. Os prédios não poderiam passar de cinco andares. Roma inventou o cimento e já erguia prédios de oito andares (muitos caíam, eram dos pobres e miseráveis, cortiços horríveis, os ricos e médios-altos não se importavam), mas não pôde ir adiante justamente em razão da falta de elevadores. Saia pelas cidades cancelando todos os prédios de seis ou mais andares e tudo que vá com ajuda de máquinas para cima, pesos incríveis movidos pela força automática.
                            Então teremos idéia mais ou menos completa da importância de Otis e de como todos nós, morando ou não em apartamentos acima dessa altura, somos devedores de sua imaginação e empenho. Claro, não fosse ele poderia ter sido outro, mas se pensarmos assim que dívidas teríamos com quaisquer uns? Ademais, teria mesmo sido outro? Se é fácil pensar as soluções, por quê tão poucos as pensam? DEPOIS que Colombo colocou o ovo em pé qualquer um conseguia pensar isso. DEPOIS que inventaram o post-it surgiram muitos inventores de papéis com cola. Depois de morta a onça surge sempre um monte de corajosos para mijar nela.
                            Otis reinventou a geografia do mundo humano e reconfigurou toda a psicologia.
                            Enfim, cadê a estátua de Otis? Cadê o museu dele?
                            Vitória, quarta-feira, 25 de junho de 2003.

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