domingo, 26 de fevereiro de 2017


A Era da Eletricidade

 

                            No livro de Michael H. Hart, As 100 Maiores Personalidades da História, 5ª edição, Rio de Janeiro, Difel, 2002, p. 163, ele diz, ao falar de Faraday: “Estamos na era da eletricidade. É bem verdade que a nossa é algumas vezes denominada era da conquista do espaço e outras vezes era atômica; entretanto, as viagens espaciais e as armas atômicas, apesar de sua importância potencial, têm relativamente pouco impacto em nossa vida cotidiana. Os aparelhos elétricos, no entanto, são comumente usados”, negrito e colorido meus.

                            Mais uma vez Hart erra.

                            Quando se diz de uma ERA, diz-se de uma inauguração. A eletricidade inaugurou uma era quando apareceu, o que se deu com Faraday, Maxwell, Edison e outros, tanto teóricos quanto práticos, a partir de lá por 1830 ou mais cedo, com mais vigor com a implantação das linhas de transmissão urbanas e de postes e lâmpadas por volta de 1870, e tudo que veio depois. Então, estamos na Era da Eletricidade há uns 200 anos.

                            As eras se sobrepõem.

                            A Era Atômica começou com a explosão das bombas em Hiroshima e Nagasaki em 1945, ao passo que a Era Espacial principiou com a subida do Sputinik em 1957. Poderíamos falar de uma Era da Borracha, de uma Era dos Antibióticos e muitas outras, sem que uma excluísse as demais. Podem coexistir muitas e muitas, porque o que se deseja expressar é não somente a importância daquele objeto ou procedimento como também seu emprego maciço em muitas atividades humanas. Podemos falar de uma Era dos Computadores, de uma Era da Internet (inaugurada oficialmente em 1989) e assim por diante.

                            A falta de um mínimo de pensamento por parte de Hart pode levar os desavisados a confusões, que devem ser tão prontamente quanto possível reparadas.

                            Vitória, terça-feira, 17 de junho de 2003.

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