A Era da Eletricidade
No livro de Michael
H. Hart, As 100 Maiores Personalidades
da História, 5ª edição, Rio de Janeiro, Difel, 2002, p. 163, ele diz, ao
falar de Faraday: “Estamos na era da eletricidade. É bem verdade que
a nossa é algumas vezes denominada era da conquista do espaço e outras vezes
era atômica; entretanto, as viagens espaciais e as armas atômicas, apesar de
sua importância potencial, têm relativamente pouco impacto em nossa vida
cotidiana. Os aparelhos elétricos, no entanto, são comumente usados”, negrito e
colorido meus.
Mais uma vez Hart
erra.
Quando se diz de uma
ERA, diz-se de uma inauguração. A eletricidade inaugurou uma era quando
apareceu, o que se deu com Faraday, Maxwell, Edison e outros, tanto teóricos
quanto práticos, a partir de lá por 1830 ou mais cedo, com mais vigor com a
implantação das linhas de transmissão urbanas e de postes e lâmpadas por volta
de 1870, e tudo que veio depois. Então, estamos na Era da Eletricidade há uns
200 anos.
As eras se sobrepõem.
A Era Atômica
começou com a explosão das bombas em Hiroshima e Nagasaki em 1945, ao passo que
a Era Espacial principiou com a subida do Sputinik em 1957. Poderíamos falar de
uma Era da Borracha, de uma Era dos Antibióticos e muitas outras, sem que uma
excluísse as demais. Podem coexistir muitas e muitas, porque o que se deseja
expressar é não somente a importância daquele objeto ou procedimento como
também seu emprego maciço em muitas atividades humanas. Podemos falar de uma
Era dos Computadores, de uma Era da Internet (inaugurada oficialmente em 1989)
e assim por diante.
A falta de um mínimo
de pensamento por parte de Hart pode levar os desavisados a confusões, que
devem ser tão prontamente quanto possível reparadas.
Vitória,
terça-feira, 17 de junho de 2003.
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