O Tamanho de Diana
No mesmo livro de
Marcelo Duarte, p. 456, ele diz:
No final de 1991, o
guarda-roupa da princesa Diana, da Inglaterra, tinha 350 pares de sapatos, 141
chapéus, 71 blusas, 95 vestidos de noite, 176 vestidos, 178 conjuntos, 54
sobretudos, 29 saias, 25 calças, 29 jaquetas e duzentas bolsas”.
Veja de quanta coisa
a Senhora Diana, Lady Di, precisava para se sentir bonita e atraente - quanta
camuflagem, quanto disfarce, quanto artifício, quanto distanciamento. Pois
aquilo que colocamos entre nós e as pessoas, fora a utilidade da proteção
contra o frio e as intempéries, é um empurrão de “afaste-se”, não se aproxime,
sobre ser também um chamado, assim como o contar piadas (como faço) é uma
maneira de não tocar nos assuntos sérios com quem não deva ouvi-los ou esteja
de momento apartado (a).
Não só Diana, mas
Imelda Marcos, Cláudia Raia, a rainha Elizabeth I, Maria de Médicis e
inumeráveis outras mulheres (para não falar dos homens) necessitavam e
necessitam desses enchimentos, dessas couraças, desses escudos psicológicos,
desses artifícios formais, o que é algo a investigar, inclusive em que
sociedades/civilizações/culturas tais procedimentos são mais constantes. Mas
muitas ficaram apenas nisso, não se tornaram grandes.
Acontece que Diana (Diana
Frances Spencer, filha do visconde de Althorp, depois princesa de Gales, 1961 a
1997) sofreu barbaramente nas mãos do que denominei Príncipe Tampax (ele disse
que queria ser o tampax de Camila não-sei-das-quantas), o Charles de triste
memória, tentando várias vezes o suicídio, se erguendo, não obstante, para
prestar serviço às populações, doando sua popularidade às causas dos
abandonados pela burguesia. Desde quando se divorciou e passou a sair com
homens, era bem previsível que aconteceria algo com ela – a realeza não perdoa.
Teve essa dignidade
de sair de si.
Quem poderia ter
sido uma personalidade bem triste e egoísta soube se elevar acima do nível no
qual nasceu.
Vitória,
quarta-feira, 25 de junho de 2003.
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