Eça
Eça de Queirós (José
Maria de, português, 1845 a 1900) foi um dos grandes escritores do mundo, de
uma finura, de uma sensibilidade expressiva gigantesca, como tantos em
Portugal, a começar de Luís de Camões (1524/5 a 1580) e Fernando Pessoa (1888 a
1935, apenas 47 anos entre datas). É preciso fazer urgentemente filmes sobre as
vidas deles.
Infelizmente
Portugal decaiu depois dos descobrimentos e seus autores não foram tão
ressaltados quanto mereciam e merecem.
Escreveu inúmeros
livros, que meus irmãos compraram e deixaram na casa do meu pai e da minha mãe.
Li quase todos. São deliciosos, guardado o tempo, e de uma dulcíssima preciosidade
lingüística. É como uma cachaça que desce na garganta sem ferir, redondinha, ou
o primeiro copo de cerveja depois de uma longa sede. Têm sido filmados vários
de seus livros no Brasil e agora saiu no México O Crime do Padre Amaro, causando certa celeuma.
Infelizmente não o
filmaram o suficiente. Brasil e Portugal e como observadores os lusófonos que
não dispõe de recursos deveriam financiar amplamente a filmagem de seus livros,
como repositório de cultura, com aportes substanciais das empresas e todos os
ambientes que pudessem (municípios/cidades, estados, nações e mundo) se cotizar.
Depõe contra o mundo e especialmente contra o Brasil e Portugal não ter isso sido
feito no passado, preferindo-se tanta porcaria inexpressiva. Não é fácil
perceber a grandeza porque se deve igualmente ser grande.
Ainda há tempo para
honrar Eça e seu esforço de ampliar nossa humanidade. Se O Crime do Padre Amaro causa furor agora, imagine em 1875, quando
foi publicado, há mais de 125 anos. Tendo vivido de 1889 (desde os 34 anos) em
diante em Paris como cônsul na França, pôde observar uma, e viver numa,
civilização muito mais florescente, centro cultural do mundo de então.
Enfim, Eça é uma
grande figura, injustamente deixada de lado por nações ingratas de sua cultura.
Que reparem o erro
clamoroso.
Vitória, sábado, 14
de junho de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário