A Dívida do Japão
No livro citado de
Samuelson (7ª edição no Brasil em 1973), p. 10, ele diz: “ (...) e observe a
história de sucesso do Japão no seu século de contato com o mundo moderno”.
Note que o PIB do Japão
é hoje o segundo do mundo (US$ 4,3 trilhões em 1999 para 127,3 milhões de
habitantes em 2001, segundo o Almanaque Abril, postos em 372,8 mil km2,
dos quais sei que 60 % ou mais florestados, sobrando menos de 150 mil km2
para todos os usos).
Apenas em 1868 houve a
Restauração Meiji, quando o imperador (tenno) Mutsuhito instalou-se plenamente
no poder, até então tomado pelos Senhores da Guerra locais, os xoguns. Em 1894,
apenas 26 anos depois, o Japão já entrava na guerra contra a China (Guerra
Sino-Japonesa), vencendo-a em 1895. Era um poder oriental, ainda que
respeitável, mas envelhecido. Entretanto, em 1904, decorridos 36 anos da
Restauração, lançou-se à guerra contra a Rússia, que era ocidental (embora com distantes
possessões orientais), vencendo-a em 1905.
Em 1939, decorridos 71
anos, o Japão entrou na guerra contra o Ocidente, ao lado da Alemanha e da
Itália, avançando para dominar e tomar todo o Oriente, salvo a Austrália e a
Índia, onde estava a Grã-Bretanha. Em 1941 teve a audácia de atacar os EUA, em
Pearl Habor (A Pérola do Pacífico), no Havaí, sendo a partir de 1942 rechaçado
pelos Estados Unidos e detido finalmente pelas duas bombas.
O Japão antes, como a
China agora, copiou abertamente o Ocidente, a partir das patentes, absorvendo
como uma esponja todo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática) geral julgado útil por ele, passando então a
criar, inclusive a base para a solução do Último Teorema de Fermat.
Então, de fato, em 100
anos, um século, de 1868 a 1968, o Japão tinha amadurecido totalmente, passando
de país completamente feudal a inteiramente contemporanizado, sendo agora uma
das principais nações do planeta, evidentemente com extraordinário esforço de
seu povo.
Contudo, está bem claro
que o Japão é devedor.
E ele, é claro,
modestamente reconhece isso. Não é ruim ser devedor, eu mesmo o sou, embora quando
não-metaforicamente seja um pouco assombrante. É aconselhável o dever de
gratidão, que mostrada representa a nobreza d’álma. Os ingratos são, junto com
os insetos que nos enjoam, a sujeira, a covardia e outros índices de falha, um
dos grandes desconfortos do mundo.
Vitória, sábado, 14 de
junho de 2003.
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