A Humanidade em
Extinção
Nas páginas 89 do
Almanaque Abril 2002 há uma listagem das espécies animais em perigo de extinção
e na página 90 outra dos países com o maior número de espécies ameaçadas.
Biologicamente são
aquelas espécies, mas psicologicamente é uma parte da humanidade que está sendo
extinta, pois não sabemos ainda como trazê-las de volta, isoladamente, e muito
menos em sua variedade. Pode ser que no futuro consigamos fazê-lo, mas por
enquanto, não, de modo algum, é complexo demais. Haverá um momento em que a
humanidade, continuando a existir, terá um conjunto de programas e máquinas
humanas comportando mais informação que toda a Natureza físico-química e
biológica/p.2 juntas, em que teremos mapeados todos os genomas, de todos os
milhões de espécies; em que os misturaremos, criando mestiços novos por
arquiengenharia genética e depois não apenas seres artificiais como sintéticos,
realmente novos, totalmente novos, realmente reprogramados.
Por enquanto não
estamos nessa fase, estamos longe disso, bastante longe disso. Perdeu, está
perdido mesmo, a menos que alguém consiga guardar uma porção para ressuscitação
posterior, algumas décadas na frente. Por enquanto não sabemos.
Então, naquilo de
que nem foi guardada parte, e por enquanto no que está sendo, mais naquilo que
se perde sem sequer sabermos, estamos miseravelmente diminuindo, estamos nos
extinguindo. Humanamente perdemos o Dodô, o Lobo da Tasmânia e vários outros.
Essa é a humanidade que está sendo extinta. Nossos avós não se lembraram de nós
em seu egoísmo e nós também não estamos nos lembrando de nossos netos em nosso
exclusivismo.
Vitória, domingo, 04
de maio de 2003.
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