quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017


A Humanidade em Extinção

 

                            Nas páginas 89 do Almanaque Abril 2002 há uma listagem das espécies animais em perigo de extinção e na página 90 outra dos países com o maior número de espécies ameaçadas.

                            Biologicamente são aquelas espécies, mas psicologicamente é uma parte da humanidade que está sendo extinta, pois não sabemos ainda como trazê-las de volta, isoladamente, e muito menos em sua variedade. Pode ser que no futuro consigamos fazê-lo, mas por enquanto, não, de modo algum, é complexo demais. Haverá um momento em que a humanidade, continuando a existir, terá um conjunto de programas e máquinas humanas comportando mais informação que toda a Natureza físico-química e biológica/p.2 juntas, em que teremos mapeados todos os genomas, de todos os milhões de espécies; em que os misturaremos, criando mestiços novos por arquiengenharia genética e depois não apenas seres artificiais como sintéticos, realmente novos, totalmente novos, realmente reprogramados.

                            Por enquanto não estamos nessa fase, estamos longe disso, bastante longe disso. Perdeu, está perdido mesmo, a menos que alguém consiga guardar uma porção para ressuscitação posterior, algumas décadas na frente. Por enquanto não sabemos.

                            Então, naquilo de que nem foi guardada parte, e por enquanto no que está sendo, mais naquilo que se perde sem sequer sabermos, estamos miseravelmente diminuindo, estamos nos extinguindo. Humanamente perdemos o Dodô, o Lobo da Tasmânia e vários outros. Essa é a humanidade que está sendo extinta. Nossos avós não se lembraram de nós em seu egoísmo e nós também não estamos nos lembrando de nossos netos em nosso exclusivismo.

                            Vitória, domingo, 04 de maio de 2003.

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