sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017


Vencedores e Perdedores

 

                        É extraordinário o que fazem os EUA.

                        É certo que fizeram muitas besteiras, cometeram muitas grosserias, mas seja por interesse econômico/financeiro ou por bondade de coração, o efeito palpável é um só: os Estados Unidos ajudam os antigos inimigos. Foi assim com a Alemanha e a Itália (poderíamos dizer que para travar o avanço soviético) e o Japão (para impedir o acesso chinês e soviético), mas projeta ser assim com o Iraque. Em todo lugar que eles conquistam vem a prosperidade (longe estou de pregar a conquista universal pelos americanos – seria uma tragédia total), como no Havaí, nas Filipinas, naquilo em geral que ficaram sendo mais 37 estados a partir dos 13 originais. Como seriam os estados antigamente mexicanos se tivessem ficado em poder do México? Seria um México acima do Rio Grande.

                        Claro, depois da guerra com a Espanha, de que resultou o domínio americano de Cuba, esta virou uma porcaria até 1959, quando foi libertada, vivendo até então na libertinagem e em fome permanente os pobres e miseráveis. E veja-se tudo que o capitalismo americano faz de horrível na América Latina! Melhor, o que fazem as classes tenentes locais em nome do AWL, American Way of Life, o modo americano de viver.

                        Seria preciso investigar a fundo, passo a passo, desde 1776, quando da independência americana e até agora, o que era antes e como ficou depois deles chegarem. Investigação objetiva, sem trejeitos esquerdistas, apenas a verdade – tanto o lado bom quanto o ruim.

                        Contudo eles têm essa propriedade: a partir de quando a China resolveu seguir o chamado Caminho de Duas Vias, em 1985, ela vem prosperando rapidamente, mercê da cessão (oficial ou oficiosa, paga ou roubada) de tecnociência ocidental, especialmente americana. Isso é muito mais do que qualquer outro país já fez ou pretenda fazer, pelas declarações e atos, até agoraqui.

                        Enfim, a americanização dos perdedores na Europa e na Ásia não foi essa coisa apenas perniciosa que se conta. Para os povos perdedores foi na verdade uma grande conquista (interna e externa).

                        Vitória, domingo, 1 de junho de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário