Vencedores e
Perdedores
É extraordinário o que
fazem os EUA.
É certo que fizeram
muitas besteiras, cometeram muitas grosserias, mas seja por interesse
econômico/financeiro ou por bondade de coração, o efeito palpável é um só: os
Estados Unidos ajudam os antigos inimigos. Foi assim com a Alemanha e a Itália
(poderíamos dizer que para travar o avanço soviético) e o Japão (para impedir o
acesso chinês e soviético), mas projeta ser assim com o Iraque. Em todo lugar
que eles conquistam vem a prosperidade (longe estou de pregar a conquista
universal pelos americanos – seria uma tragédia total), como no Havaí, nas
Filipinas, naquilo em geral que ficaram sendo mais 37 estados a partir dos 13
originais. Como seriam os estados antigamente mexicanos se tivessem ficado em
poder do México? Seria um México acima do Rio Grande.
Claro, depois da guerra
com a Espanha, de que resultou o domínio americano de Cuba, esta virou uma
porcaria até 1959, quando foi libertada, vivendo até então na libertinagem e em
fome permanente os pobres e miseráveis. E veja-se tudo que o capitalismo
americano faz de horrível na América Latina! Melhor, o que fazem as classes
tenentes locais em nome do AWL, American Way of Life, o modo americano de
viver.
Seria preciso investigar
a fundo, passo a passo, desde 1776, quando da independência americana e até
agora, o que era antes e como ficou depois deles chegarem. Investigação
objetiva, sem trejeitos esquerdistas, apenas a verdade – tanto o lado bom
quanto o ruim.
Contudo eles têm essa
propriedade: a partir de quando a China resolveu seguir o chamado Caminho de
Duas Vias, em 1985, ela vem prosperando rapidamente, mercê da cessão (oficial
ou oficiosa, paga ou roubada) de tecnociência ocidental, especialmente
americana. Isso é muito mais do que qualquer outro país já fez ou pretenda
fazer, pelas declarações e atos, até agoraqui.
Enfim, a americanização
dos perdedores na Europa e na Ásia não foi essa coisa apenas perniciosa que se
conta. Para os povos perdedores foi na verdade uma grande conquista (interna e
externa).
Vitória, domingo, 1 de
junho de 2003.
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