O Pai da Poluição
No mesmo livro de
Hart, p. 346 e seguintes, ele fala de Nikolaus August Otto (alemão, 1832 a
1891), engenheiro inventor do motor de quatro tempos, como já falei em Otto, o Geo-Historiador, artigo deste
Livro 35.
Já falei de Otto,
vamos falar da soma zero.
Ele e outros como
ele fizeram uma coisa extraordinária ao dar à humanidade essa mobilidade DE
ÁREA, diferente da mobilidade de LINHA de trens (de superfície e de
profundidade, metrôs) e ponto-a-ponto de aviões, em terra, e de barcos na água.
Os carros (automóveis e caminhões) podem ir a qualquer ponto, sem que a gente
precise temer a chuva ou o sol, o vento ou qualquer motivo natural;
diferentemente dos ônibus podemos sair a qualquer instante e imprimir
velocidade à vontade, do que alguns abusam, chegando-se ao ponto desejado sem
termos de andar desde onde o ônibus deixa a gente. Então, o automóvel foi uma
grande coisa, permitindo estender as margens das cidades dezenas e até centenas
de quilômetros; as pessoas não precisam mais ficar amontoadas em volta de seus
lugares de trabalho.
Foi formidável,
mesmo, uma das coisas de maior significado na geo-história humana. Foi, foi
mesmo. E do outro lado trouxe o negativo da soma: acidentes com perdas de
vidas, com aleijões e, sobretudo, poluição, a contaminação da atmosfera de um
modo que nem podemos avaliar direito, ainda, o que só aparecerá pelas décadas e
séculos do porvir (desde que haja futuro suficiente).
Não é só a chuva
ácida, que destrói florestas e mata a fauna lacustre e marinha, é todo um NOVO
AMBIENTE para as pessoas, permeado de partículas de várias granulações ou
composições que estão se juntando aos elementos todos presentes na atmosfera,
entrando em contato com tudo, sendo incorporadas aos organismos que as desconheciam
antes em seus desenhos. Os automóveis, particularmente, são centenas de milhões
e todos os anos muitas dezenas de milhões são incorporados (procure os dados
sobre todos os veículos) e se juntam à frota que cuspe fuligem para o espaço.
Então, Otto e os outros são os pais da poluição. Porém, que pai pode dizer o
que farão seus filhos? Culpa dele não é, e quase ninguém, fora os fabricantes
de armas (metade da tecnociência dos EUA, dizem, está empenhada nisso), pensa
em fazer o mal com suas invenções. Pelo contrário, Otto estava pensando no bem
humano geral.
O que está sendo
lembrado aqui, meramente, é que a soma é zero; do outro lado do positivo existe
o negativo a pagar, e quanto maior o crédito maior será o débito, PARA TUDO.
Daí que, quando
recebemos uma dádiva, devemos atentar na relação custo/benefício, calcular
muito detalhadamente, desde que possível, o custo futuro de tais benesses,
especialmetne quando pareça que só há anúncio de coisas boas. Deveríamos até
eleger grupos de NEGADORES DIALÉTICOS (como já coloquei em papel do modelo),
aquela gente do contra que fica pensando as dificuldades, talvez nem tanto no
sentido de impedir, pois assim não haveria avanços, mas de preparar as ações
adequadas que reparem os danos que fatalmente advirão. Os que comecem
correlativamente as pesquisas que nos separem do caos subseqüente.
Vitória,
quarta-feira, 25 de junho de 2003.
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