terça-feira, 28 de fevereiro de 2017


Quebra Aleatória do Sigilo Bancário

 

                            Certa vez no auditório de A Gazeta o ex-governador Arthur Carlos Gerhardt Santos disse que nem na Alemanha nazista pretenderam quebrar o sigilo bancário, ao passo que no Brasil sim.

                            Por um lado, todos eram amiguinhos por lá, quando se tratavam dos interesses das elites, como também são aqui e em qualquer país onde exploram os trabalhadores (e não somente os operários). Por outro, lá não faziam nem a décima parte dos atos de banditismo antigovernamental e antinacional que aqui.

                            No ES, no setor de mármores e granitos, a pauta é, domo já disse, digamos de R$ 10 por metro quadrado, eles colocam R$ 5 e vendem por R$ 50 ou R$ 80. Deveríamos poder fiscalizar um por cento por mês, aleatoriamente, o que demoraria 100 meses para investigar tudo, por exclusão. O fisco federal deveria fazer o mesmo, bem como o fisco municipal/urbano. E isso em todos os setores.

                            Não se estaria perseguindo ou mirando ninguém, especialmente, e se eles nada têm a temer a amostra irá dizer. Por outro lado, se 80 ou 90 % ou percentual grande se mostrar contraventor, então todos deveriam ter suas contas expostas, após prova científica.

                            De todo modo só a necessidade de manter sigilo, exceto em poucos casos justificáveis, já é suspeito por si mesmo. Quem nada tem a esconder mostra logo; quem tem está traindo o Estado e o povelite, povo que paga os tributos e elites que dependem de ordem para progredir. O ataque ao Estado é concessão à penetração do caos e da ineficiência, pelo afrouxamento.

                            Os juizes deveriam autorizar prontamente, sob a ótica de que o rigor imposto significaria necessariamente aumento das chances internacionais de competição em mercados mais duros e vigilantes.

                            Vitória, domingo, 22 de junho de 2003.

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