Sita e Rama
A Barsa de papel
(São Paulo, 1993), livro 13, páginas 175/6, falando do Ramayana, A Gesta de Rama, de 24 mil estrofes, composto pelos
arianos lá por 500 a.C., diz:
“Os personagens
centrais são Rama, protótipo do herói que tudo sacrifica pelo dever, e Sita,
símbolo da fidelidade conjugal. O assunto é o amor entre os dois constituindo o
pano de fundo a conquista da Ilha de Ceilão pelos arianos”.
Embora importante
país, com um bilhão de habitantes, a Índia tem PIB (produto interno bruto) relativamente
pequeno, de apenas algumas centenas de bilhões de dólares. Faz muitos filmes,
mais de 700 por ano, e já fez do Ramayana, certamente, mas é coisa que na linha
da mesopirâmide (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES:
municípios/cidades, estados, nações e mundo) ainda não atingiu a plenitude do
olhar globalizado, mundial, internacional, que autorizaria mais profundos gozos
e percepções, isto é, sentimentos e conceitualizações.
Filmado em grande
estilo pela indústria cinematográfica mundial mostraria os meandros de uma
sociedade/civilização/cultura que já se apresentava sofisticadíssima 2,5 mil
anos atrás (a obra de Camões, Os Lusíadas, embora de importância igual
ou superior, apresentou-se muito menor em tamanho dois mil anos mais tarde),
quando se podiam compor romances extraordinários, já que o Ramayana é parte
relativamente pequena do Mahabharata, o Grande Bharata.
Não é só que a Índia
mereça essa atenção, é o Ocidente, é o mundo inteiro que o merece, não apenas
do Ramayana, de Rama e Sita, mas de todo o Mahabharata, sucessivamente filmado
e refilmado, até o detalhe. Sob direção Ocidental (para adequar ao gosto e à
ignorância daqui, quanto à geo-história e Psicologia hindu e oriental em geral)
os próprios hindus poderiam fazer os filmes, como obra total (mais coisas
ainda), para manter o apuro das minúcias, no entanto menos locais sob
sucessivos distanciamentos.
Vitória,
segunda-feira, 23 de junho de 2003.
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