A/nimais
No livro de Isaac
Asimov, Civilizações Extraterrestres,
Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980 (sobre original americano de 1979), p. 19,
ele diz:
“Contudo, lado a
lado com esta antiga e primordial sensação de parentesco com animais (mesmo
enquanto os caçamos ou escravizamos), existe, pelo menos no pensamento
ocidental, a
consciência de um fosso instransponível entre seres humanos e outros animais”,
negrito e colorido meus.
Em 1979 ainda não
havia principiado o Projeto Genoma Humano, de que Asimov (russo naturalizado
americano, 1920 a 1992, por azar só 72 anos entre datas) foi, por sinal, grande
divulgador e incentivador, pelo menos enquanto desejo de ver iniciado.
Concluiu-se do PGH que em vez de 100 mil genes os seres humanos não têm mais
que 27 mil e que em vez de 3 % de distância em relação aos chimpanzés há
somente 0,4 %. O fosso não era tão intransponível assim, pelo raciocínio antigo.
Mas, como já mostrei, aos chimpanzés foram acrescentadas as PESSOAS
(indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (municípios/cidades,
estados, nações e mundo), de forma que os mais atrasados não precisam ficar com
receio de serem alcançados por aqueles nossos parentes.
E é justamente isso:
o ser humano não é um animal. Deixou de ser quando saltou o fosso e foi além
dos primatas, lá para trás, quatro milhões de anos, com os primeiros
hominídeos. Na Rede Cognata (veja Rede e
Grade Signalíticas, Livro 2) animal = A/NIMAL (o sem-nome) = PRIMEIRO = SÓ
= PRISIONEIRO = HOMEM = UM, etc. Nós não somos prisioneiros, temos livre
arbítrio, que vem justamente com o crescimento da racionalidade, a expansão
através da mesopirâmide mostrada acima.
Há um fosso
intransponível, realmente, porque não somos mais animais, somos humanos, somos
racionais, e a racionalidade é uma soma apenas principiada, sem qualquer final
à vista.
Vitória,
quarta-feira, 18 de junho de 2003.
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