sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017


Salto Japonês

 

                        Olhando pelo canal que passa na TV paga ou fechada, sem entender os sons e os ideogramas, vejo que o japoneses, dobrado seu orgulho irrefletido pelas bombas, são agora simples e cordatos, de grande dignidade, despojados, orientados devocionalmente para o trabalho, socialmente equilibrados, coerentes, com uma série de qualidades que aplaudo (evidentemente têm suas falhas e debilidades – todos temos).

                        Tendo o Japão uma área de 372.819 km2, com mais de três mil ilhas, 60 % da área florestada (restando menos de 150 mil km2 para 127,3 milhões de habitantes em 2001 – tinham há duas décadas a mesma população do Brasil, que agora conta 175 milhões), PIB de US$ 4,3 trilhões em 1999, a renda por cabeça ou percapita ultrapassa os 32 mil dólares, mais de 120 mil dólares por família por ano.

                        A renda aplicável ano após ano em cada quilômetro quadrado útil (não florestado – neste caso é só deixar as árvores lá que elas cuidam de si mesmas) é de perto de 30 milhões de dólares, ou seja, cada quilômetro quadrado pode receber em dez anos 300 milhões de dólares. Chamei a isso governabilidade, a qualidade do que é governável. Vamos e venhamos que esse tanto de dinheiro pode fazer “misérias”, como diz o povo, pode resolver completamente os problemas materiais de qualquer povo e de quaisquer elites - ainda mais que mais de 90 % dos japoneses se dizem espontaneamente de classe média, distante dos extremos de renda -, bastando-lhes agora resolver os problemas espirituais, que são aflitivos para qualquer povo. Portanto, se eles tivessem o modelo que escrevi se tornariam rapidamente centrados, não necessitando dos demais povos, e já que são altamente homogêneos, poderiam dar o salto para os novos-seres da terceira natureza e para o socialismo pleno, perto do qual estão vários povos (inclusive o norueguês, agora o primeiro colocado na interface).

                        Eis uma notícia formidável, merecedora das mais amplas análises socioeconômicas mundiais, de uma observação verdadeiramente especial, de muito dedicados estudos.
                        Vitória, sexta-feira, 06 de junho de 2003.

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