O Grande Faraday
No livro já citado
de Hart, p. 163, há uma biografia de Michael Faraday (físico inglês, 1791 –
1867, 76 anos entre datas), colocando-o na 23ª posição, abaixo de 22 em todos
os tempos; embora possamos reavaliar não creio que a posição dele,
especialmente, caia muito, se é que não subirá, pelo que vou dizer. Nasceu
pobre, aos 14 se empregou com um livreiro, um dono de tipografia (naquela época
as atividades se confundiam, editoria e serviços gráficos), podendo assim ler
tudo que lhe caía em mãos, naturalmente com permissão do patrão.
Você pode buscar nos
livros de Física as leis que levam o nome dele, e são muitas, o que abriu
caminho para todos que vieram depois. Ele foi, então, parte do tronco dessa
bela árvore que é a Física pós-contemporânea, a caminho da Teoria de Tudo.
Para mim o mais
importante não foi isso, como já coloquei noutro texto, vá ler o texto A Democracia de Faraday, Livro 32. O
fundamental foi ele ter se preocupado em mostrar à população a beleza do que
vinha sendo conseguido. Antes dele os cientistas e a intelectualidade em geral
não davam muita importância ao povo, pelo contrário, este era mantido
necessariamente distante, como uma criança que atrapalha ao mexer nos tubos de
ensaio ou nos livros preciosos, dos quais os “ignorantes” devem estar sempre
distantes.
Faraday se condoeu,
rompeu o fosso. Mais que isso, ele se emocionava, ele queria compartilhar a
presença de Deus, digamos assim, a descoberta do Grande Desenho do Mundo.
Depois dele as demonstrações, as divulgações populares, tomaram outros rumos,
revistas foram fundadas, toda uma nobilíssima atividade se desenvolveu. Os
cientistas e os pesquisadores do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática) geral preocuparam-se em expor seus trabalhos com
“perda” de tempo de busca. Assim, Faraday foi um dos grandes que mudaram a
linha, que a inflectiram, que reverteram as expectativas.
Faz todo sentido
fazer um grande filme dele.
Saudações, Michael.
Vitória, sábado, 14
de junho de 2003.
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