Debates em Soma Zero
Os conjuntos são, no
modelo, PESSOAIS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) ou AMBIENTAIS
(municípios/cidades, estados, nações e mundo), em grupo PESSOAMBIENTAIS.
Tomemos os DEBATES
EMPRESARIAIS (um debate individual
seria, tipicamente, “falar com seus botões”).
Universalmente os debates nas empresas têm um ponto de fuga, a
dominância, a urgência das soluções. Só que o modelo mostrou nitidamente que
NÃO EXISTE um sem o outro, solução sem problema acoplado. Toda carga de soluções traz consigo uma conexa carga de problemas.
Então propus o
conceito de NEGADOR DIALÉTICO, uma criatura ou grupo organizado para a
negatividade, quer dizer, para fuçar e achar os pontos fracos das soluções, não deixando de esmiuçar nenhuma fraqueza
dela. Porque nenhuma empresa pode desejar uma solução fraca, que não
preveja colateralmente os problemas associados, que podem causar danos
estrondosos no futuro.
Como a gente vê nos
filmes, empresas que derramam substâncias nos ambientes e depois são obrigadas
a pagar centenas de milhões de dólares, digamos as indústrias americanas do
fumo, obrigadas a pagar em 30 anos muitas e muitas dezenas de bilhões de
dólares aos hospitais dos estados.
Num mundo cada vez
complexo, em que as pessoas e os ambientes estão cada vez mais buscando na
Justiça seus direitos sacrossantos, com respostas monetárias equivalentes às
ofensas, as empresas que não se cuidarem podem ser arrastadas a dificuldades
enormes, causando embaraços notáveis aos investidores e acionistas.
Não se trata de uma
questão vaga, de um discurso filosófico desnorteado, metafísico, cabalístico,
nada disso.
É a mais pura
utilidade. O mais sincero auto-interesse.
Claro que as
empresas devem caminhar.
Ninguém pode querer
um debate que siga para sempre, tudo tem limite, é preciso impor margens
categoricamente firmes a esse debate, que deve ser necessariamente incisivo e
direto, visando uma resposta de maioria, daqui para frente conhecedora dos
riscos de ambos os lados, o do fazer e o do não-fazer, e para ambos fazendo
previsões de caixa no “lucros e perdas” (LP do fazer e LP do não-fazer).
Em vista dessa
necessidade de caminhar, as instruções aos negadores dialéticos devem ser de
objetividade, coerência, ausência de agressividade, falta de particularismos
(ódios pessoais não podem medrar), abordagem metódica ou tecnocientífica, e
assim por diante.
Então, de
preferência, tais DEBATES EM SOMA ZERO devem ser postulados, enquanto
livro-texto, por um grupo tarefa do conjunto do empresariado, trabalhando o
complexo para torná-lo simples e inteligível por todos os membros das
diretorias ou grupos de tomadores de decisões.
Vitória, sábado, 20
de abril de 2002.
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