As Papeleiras e a
Exportação de Água
No livro de Lúcio
Vaz, Sanguessugas
do Brasil (Ameaças, desvio de dinheiro público, assassinatos: a
história secreta de como políticos e empresários corruptos roubam o povo
brasileiro), São Paulo, Geração, 2012, ele chama as empresas que fabricam pasta
branqueada de celulose de “papeleiras”, as que fazem papel.
Na realidade, só produzem
papel de uso interno com 10 % de todo o processamento. Página 171: “Quis saber
ainda dos impostos. Mas esses eram escassas. Isso porque mais de 90 % da
celulose seria exportada para China, Japão e Europa”.
1.
A
China é grande territorialmente, tem 9,6 milhões de quilômetros quadrados, área
maior que a do Brasil, mas têm muita gente e muitos desertos;
2. O Japão é pequeno, 377.972 km², tem 3,5 mil ilhas escarpadas,
só 40 % (151,2 mil km²) do território é ocupável pelos 126 milhões de
habitantes, área menor que a do estado de São Paulo, de 248,2 mil km²;
3. A Europa é muito
populosa, eles preservam furiosamente o que é deles, danem-se os outros.
Sobra para o Brasil, “celeiro do mundo” (até
eu, preocupado em ajudar a todos, embarquei nessa).
A PRODUÇÃO
DE CELULOSE E A ÁREA OCUPADA
[Eles anunciam como se fosse algo maravilhoso,
coloquei corpo 16].
Correio Brasiliense.
Brasil terá a maior fábrica de produção de
celulose do mundo, em 2017
Os investimentos previstos são de R$ 7,7 bilhões, dos quais 40%
deverão vir da geração de caixa da empresa
30/10/2015
Três
Lagoas (MS) - A Fibria, maior produtora global de celulose, lançou hoje
oficialmente a construção de sua segunda fábrica no município às margens do
rio Paraná. A unidade vai ficar pronta até o fim de 2017 e será a maior linha
de produção de celulose do mundo, com capacidade de 1,75 milhão de toneladas
por ano. A unidade em funcionamento atualmente produz 1,3 milhão de
toneladas. Vai no total, portanto, para 3,05 milhões anuais.
Os investimentos previstos são de R$ 7,7 bilhões, dos quais 40% deverão vir da geração de caixa da empresa. Do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá vir R$ 1,4 bilhão. O governo sul-mato-grossense vai abater até 90% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) quando a produção começar. |
Valor Econômico
Diante disso, no acumulado de
2014, as papeleiras brasileiras produziram 10,405 milhões de toneladas de
diferentes tipos de papel, 0,4% abaixo do verificado em 2013. As vendas
domésticas avançaram apenas 0,1%, para 5,717 milhões de toneladas, e as
exportações caíram 1,1%, para 1,846 milhão de toneladas.
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Revista TAE, Brasil 14,0
milhões de toneladas/ano.
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Já temos duas coisas:
1) Eles exportam 90 % da
celulose, embora contraste com outras expressões (deveriam fazer livro contando
detalhes);
2) O governo do MS, Mato
Grosso do Sul, vai dar 90 % de algo que não é dos governantes, é do povo.
Tudo isso é extremamente negativo, porém
quando introduzimos a pegada hídrica e a água exportada, fica pior.
A
ÁGUA OCULTA
Dos alimentos.
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Do eucalipto, entre outros.
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Repare no quadro de baixo, mais em baixo, o
eucalipto precisa de 350 litros de água para cada quilograma de madeira, OU
SEJA, para produzir os 10,3 milhões de toneladas do Valor Econômico ou os 14,0
milhões da Revista TAE precisaríamos (devemos calcular a porção exportada):
a) VE: 10,3 bilhões de
kg de madeira: 3,6 trilhões de litros ou 3,6 bilhões de toneladas de água;
b) TAE: 14,0 bilhões de
kg de madeira: 4,9 trilhões de litros ou 4,9 bilhões de toneladas de água.
Grande parte disso está indo (barato) para
aqueles países, que só vem nos trazer problemas: desertos, expulsão das
famílias, destruição de biomas, expulsão da vida, maus-tratos gerais,
destruição dos rios, rebaixamento do lençol freático (as raízes vão fundo), supressão
dos lagos, efluentes perniciosos jogados em rios e no mar, desaparecimento das
minas de água, sumiço de rios, cheiro ruim, monocultura da árvore, etc.
O Brasil bonzinho fica com os problemas, eles
ficam com as soluções – não parece muito justo, não é?
Vitória, sexta-feira, 30 de dezembro de 2016.
GAVA.
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