sexta-feira, 30 de dezembro de 2016


Como São os Alienígenas

 

                            Em primeiro lugar, é preciso pensar que NÓS SOMOS OS ALIENÍGENAS deles lá. Olhemos para nós, corpo e mente, e pensemos quão estranhos nós somos – fungos, plantas, animais e seres humanos. Que estranho é este planeta, pelo lado da Bandeira Elementar: estranheza do ar, estranheza da água, estranheza da terra/solo, estranheza do fogo/energia. Pense que de um ADRN só vieram milhões de espécies, das mais diferentes conformações, nas mesmas condições de temperatura e pressão. E que para cada espécie viva hoje há outras 100 que já desapareceram, algumas estranhíssimas. Pense nos peixes abissais apavorantes que a gente vê no TV.

                            Depois, devemos reolhar a questão.

                            Em geral os ficcionistas de cinema e TV colocam a questão sob a ótica das imagens, das figuras, das superfícies, dos sentimentos, e não dos conceitos, das estruturas, das concepções, das idéias, dos pensamentos. Há, por assim dizer, sentimentalismo, a sobreafirmação dos sentimentos, sendo todo “ismo” doença do info-controle mais apto, agoraqui a humanidade.

                            Só olhamos as formas.

                            E os conteúdos? O que pensam os alienígenas? Raramente, apenas em alguns filmes melhores, faz-se menção ao que os aliens desenvolveram como civilização, como apreciam o mundo, como o investigam, como o observam e julgam. Em geral a visão do exterior é depreciativa – só os vemos como monstros.

                            Se, na Terra, olhamos com desconfiança os seres humanos mesmo (não aos animais, plantas, fungos, mas seres humanos mesmo – não chimpanzés, que partilham 99 % de mensagem genética, mas seres humanos, que partilham 100%), só por conta de diferenças de cor de pele, de altura, de largura, de profundidade, de sexo, de idade, de condição socioeconômica, QUE DIRÁ DE ALIENÍGENAS?

                            “Alienígena” quer dizer os que nasceram no estrangeiro.

                            Os bárbaros eram impiedosamente tratados por todos os povos antigos, e se para o de cá o de lá é que era bárbaro, o mesmo se dava ao contrário – para o de lá o de cá é que era o bárbaro. Como cristãos tratam islamitas, e vice-versa? Como os cristãos SE TRATAM, se são desta ou daquela seita, desta ou daquela forma de ver Jesus?

                            Como os alienígenas nos verão?

                            Não dizemos que “os japoneses são todos iguais”? Antes dizíamos que todos os negros eram iguais, indistinguíveis uns dos outros, o que quer dizer que não tínhamos tempo para apreciar suas diferenças físicas e mentais. E negamos alma ou racionalidade ou língua a metade da humanidade, as mulheres; até 80 anos atrás nem podiam votar. Até 40 anos atrás era desaconselhada sua entrada nas universidades. O próprio conhecimento, que nos faz humanos, era proibido às mulheres!

                            Como os alienígenas nos verão?

                            Se nós nos vemos com horror, imagine eles!

                            Como são os alienígenas?

                            Espero que melhor que nós.

                            Quanto à conceitualização, que pensam eles? Que pensam das pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundos) seus? Qual a sua expectativa quanto ao Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática)? Quais são as profissões deles? A FC e a Fantasia não abordam essas questões senão marginalmente – os seres humanos estando sempre no centro das atenções e da tela. Autocentrismo, etnocentrismo, muitas doenças.

                            Veja, a pergunta se divide em duas: 1) como são os alienígenas formalmente? 2) como são os alienígenas conceitualmente? Não houve ainda investigação a fundo.
                            Vitória, quinta-feira, 19 de setembro de 2002.

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