quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


Dicionárienciclopédico Encadernável Brasileiro

 

                            Não se trata de ir lá fora, como fez o Victor Civita, italiano que comprava enciclopédias da Itália pela Abril, a dividia em fascículos para vender a preços accessíveis, nem a Globo, que as traz da Grã-Bretanha, sempre o olhar exterior sobre o mundo, mas um dicionárienciclopédico brasileiro mesmo, um olhar de dentro para fora, como a Barsa não conseguiu ser, nem a Mirador, nem nenhuma efetivamente.

                            Há, ao que parece, uma certa vergonha de ser brasileiro, de estar nos trópicos. Por quê não um D/E tropical? Por quê não uma sintanálise partindo primeiro dos trópicos mais amplos e depois do Brasil para fora? Se tomarmos  de 40º Norte até 40º Sul, ou 30º, ou o que for, pegamos a faixa em torno do equador.

                            Investigar as palavras sob a ótica de estar morando em lugares de altas temperaturas, de elevados índices pluviométricos, enfim de ter corpo e pele tropical. E aí investigar quem foram as figuras da enciclopédia que favoreceram os trópicos.

                            Sob tal ótica, tal percepção-de-mundo, há muito a fazer.

                            Demais, até.

                            Uma reviravolta nas condições de percepção, de sentir e pensar o mundo, de sentimento-de-mundo e de pensamento-de-mundo, uma revisão das pessoas (indivíduos tropicais, famílias tropicais, grupos tropicais, empresas tropicais) em ambientes (municípios/cidades tropicais, estados tropicais, nações tropicais e mundo tropical), com alegria tropical, alegria brasileira. Os modos de Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) aplicados ao tropical. Não o tropicalismo de Caetano Veloso, pois todo “ismo” é doença do info-controle mais apto, sobreafirmação indevida do tropical. Do mesmo modo que não queremos a superafirmação das regiões temperadas também não queremos o inverso, pois aí o opressor não desapareceria, apenas sendo substituído o verso pelo anverso, ou vice-verso.

                            A partir daí as técnicas conhecidas de venda em cadernos. Só que, como temos interesse supremo em que cada indivíduo, família, grupo e empresa participe do empreendimento, deve-se juntar a isso a visita missionária ao lar, dando explicações sobre a exploração do sistema, com um apoio permanente na retaguarda.

                            Tal apoio seria de um grande grupo conectado por telefone, por computador na Rede, por Correios, de todo modo, dando assistência a todos os usuários ou compradores. Queremos criar um Sistema Brasileiro de Educação, ou pedagogia de participação popular para a nova produçãorganização, de modo a realmente fazer progredir e desenvolver o povelite ou nação brasileira.
                            Vitória, quarta-feira, 11 de setembro de 2002.

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