sábado, 31 de dezembro de 2016


Válvula K e Evolução

 

                            No Livro 7 falei da Válvula K, vá ler. O K é de Arthur Koestler (húngaro naturalizado inglês, 1905-1983, 78 anos entre datas, se suicidou, mas fez coisas formidáveis), que falou dos hólons (no grego, holo, todo, e on, parte, todoparte ou partodo, pois cada conjunto é parte de outro, e é composto de seções).

                            A questão então era perguntar sobre os cimentos, as colas que ligam o inferior e o superior, impedindo o retorno ao nível pretérito. Por exemplo, como é que os replicadores dentro da célula não retornam à liberdade, como é que eles devem suportar e aceitar a igualdade, trabalhando juntos para um nível mais alto de liberdade?

                            Como é que homem e mulher se juntam na sociedade denominada casamento, se ela é boa e ruim ao mesmo tempo? Como parte boa propiciaria uma união momentânea, mas cada um herda a parte ruim e permanece sustentando-a. Como é que famílias se agrupam?

                            E assim é para toda a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos e corpomente), toda a mesopirâmide (indivíduos, famílias, grupos, empresas, municípios/cidades, estados, nações e mundo), toda a macropirâmide (planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universos e pluriverso).

                            Observe que há uma FITA DE HERANÇA, FH, digamos o ADRN, para comparar, na qual é armazenado o info-controle que permite e estimula a transação das ondas, no sentido da construção dos níveis cada vez mais complexos. Qual é a FH do próprio cimento, da cola? Pois há uma cola entre os indivíduos dentro de uma família. Essa cola é formestrutural, composta de formas e estruturas, digamos gestos e palavras, respectivamente. Quais gestos e quais palavras? Que gestos e que palavras mantém unidas as famílias? Como é que as famílias herdam essas colas? Sabemos que é pela educação, as chamadas Escola da Vida, prática, e a Vida da Escola, teórica, a prateoria da Vida-racional. Quantos tipos de colas existem? Quantas são as formestruturas das colas familiares, em especial?

                            De quantos modos universais e em quantas variações locais podem as famílias se produziremorganizarem? Pela Psicologia familiar (figuras ou psicanálises familiares; objetivos ou psico-sínteses familiares; produções ou economias familiares; organizações ou sociologias familiares e geo-histórias ou espaçotempos familiares) a Família (em maiúscula, conjuntos ou famílias ou grupos ou universais ou arquétipos ou idéias), inserida num tempespaço particular e geral, produz-e-organiza.

                            Ora, se existe, como existe, uma válvula KF (K da Família), uma cola F, um cimento F, como é ele, como pode ser melhorado, como pode ser atacado, como pode ser fragilizado, como pode ser fortalecido, como pode ser melhorado, como pode ser democratizado, como pode ter acesso a maior liberdade sem prejudicar a igualdade (e vice-versa)? Como a Kola F pode ser trabalhada? Em primeiro lugar, deveríamos conhecer seus componentes, suas partes, seus elementos, para então compor deles um modelo interpretativo segundo os modos do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática).

                            Como se deu a evolução das válvulas? Como é que as válvulas ajudaram a estabelecer a evolução, trancando cada revolução num patamar imediatamente acima e criando novas oportunidades de predação? Como é que uma empresa pode lidar com sua própria válvula K, a KE (cola empresarial)? Como é que os trabalhadores podem entender melhor e usar esse novo poder? Como é que os sete níveis políticos (povo, lideranças, profissionais, pesquisadores, estadistas, santos/sábios e iluminados) contribuem para colar ou descolar os processos? Vê quantas perguntas novas há para fazer e responder?

                            Imaginou quantas emoções novas?

                            Vitória, quarta-feira, 02 de outubro de 2002.

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