O Conceito de Matéria é Ultrapassado?
Em
seu livro Infinito em Todas as Direções (do gene à conquista do
universo), São Paulo, Best Seller, s/d (sobre original de 1988), Freeman Dyson
diz à p. 16:
“Falando
como um físico, considero a matéria como um conceito impreciso e um tanto
ultrapassado. Grosso modo, matéria é a maneira como as partículas se portam
quando um grande número delas se aglomera”.
Não
é, de modo algum, ultrapassado ou impreciso.
Formando
par polar oposto/complementar com a energia, o terceiro é a materenergia, como
denominei, a informação, compondo então uma tríade. Depois, ao falar do fim da
matéria, Dyson dá a chave de sua continuação, a saber, que a matéria é O COMPORTAMENTO DE UM GRANDE NÚMERO DE
PARTÍCULAS de energia. As partículas constituem, cada uma, um pacote
de energia, vibrando num ritmo próprio e definidor. A matéria, campo, é um
conjunto de partículas, que é o menor pacote EM NÍVEL PRÓPRIO do campo. Juntas
formam o campartícula ou ONDA INFORMACIONAL.
Assim,
tome os indivíduos. Juntos constituem o que Rupert Sheldrake chamaria de campo
morfogenético e eu reapelidei de campartícula psicológico, digamos. Um
indivíduo é uma partícula psicológica, vários constituem um campo. A família,
que é a reunião de indivíduos, é o campo psicológico dos indivíduos. O
indivíduo é a partícula da família. A família é a partícula do grupo, enquanto
este é o campo da família. Famílindivíduo é um campartícula, ou hólon, conforme
Koestler disse de outro modo. Um parte-todo, partodo ou todoparte, nos termos
do modelo.
O
fato de que possamos agora ver em E = mc2 a reunião de matéria e
energia, através do conectivo ou ligativo c2, não nos diz que
matéria e energia desapareceram. O par polar oposto/complementar continua
presente e sendo útil. Se, lá para dentro, quanto mais o campo é particionado
até tornar-se partícula menos vamos vendo matéria, e mais energia, em sentido
contrário quanto mais vamos juntando partículas mais estas se tornam imóveis,
dotadas de gravidade. A matéria é gravitacional, a energia é inercial, juntas
elas são gravinerciais ou materenergéticas ou informacionais, construção ou
desenho do metaprogramáquina universal. Nem porisso as coisas desaparecem.
SE,
falando como físico, Dyson vê a matéria desaparecendo e se tornando um conceito
impreciso, é porque os físicos não conseguem enxergar o grande cenário. Os
brutos também amam e os físicos também erram. Não é a matéria que desapareceu,
é o Dyson que não consegue ver. A Clarice Lispector indicou assim (a frase
exata não será esta): “o que não vejo, todavia não existe?”.
Vitória,
segunda-feira, 09 de setembro de 2002.
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