Nova Sócioeconomia
Em
seu livro, As Profissões do Futuro, São Paulo, Publifolha, 2000, Gilson
Schwartz diz à página 42: ” A filosofia, a sociologia e a antropologia são cada
vez mais requisitadas na análise e no desenho de sistemas tecnológicos
complexos, em processos de fusão e aquisição de empresas ou na formulação de
estratégias de mercado”, e logo mais abaixo: “Em processo de fusão ou de
aquisição de empresas, em geral ocorrem verdadeiros choques culturais. Para
administrar o choque e permitir a transição a uma nova cultura organizacional
comum, são contratados especialistas em antropologia”.
Bem,
não deveria ser só isso.
Todos
os conhecimentos deveriam (e deverão, nas nossas empresas) estar presentes:
especialistas e generalistas em Magia/Arte, especialistas e generalistas em
Teologia/Religião, especialistas e generalistas em Filosofia/Ideologia,
especialistas e generalistas em Ciência/Técnica e especialistas e generalistas
em Matemática. Das ciências, a Psicologia é obviamente muito importante: E/G
(especialistas/generalistas) em psicanálise de figuras, E/G em psico-síntese de
objetivos, E/G em economia/produção, E/G em sociologia/organização, para
relocação em espaçotempos ou geo-histórias. Enfim, DESENHISTAS DE ALMAS, almas
novas, novas concepções, novos sentimentos. Como as figuras em cenários novos
se vestirão? Que apelos farão às tecnartes? Como falarão (Qual é a Nova Língua
Empresarial) umas com as outras? Como partilharão espaçotempo?
Não
indica alto valor de contemporaneidade que isso tenha sido visto e sim o atraso
constante, permanente, de todas as pessoas (indivíduos, famílias, grupos,
empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações, mundo) quanto à
amplitude das transições.
Pois
se uma Nova Economia está sendo traçada, desenhada, ENTÃO se segue que tudo
será renovado: nova psicanálise (com novas figuras), nova psico-síntese (com
novos objetivos), nova economia (como nova produção), nova sociologia (com nova
organização) e nova geo-história, com deslocamento espaçotemporal. Como se fará
essa transição, essa passagem de nível? Pode ser no sacolejo, pode ser na
marra, pode ser na porrada – ou pode ser macia, mole, flexível, afável, branda,
polida, aveludada, sossegadamente.
Que
tão tardia é essa chamada às disciplinas! Que ignorantes foram os
governempresas que não viram isso antes! É um descalabro, uma notícia bem ruim,
e não prova de avanço. Mas, como dizem, antes tarde do que nunca.
Pelo
menos estão vendo as almas sendo mudadas de cenário a cenário, de desenho
governempresarial a desenho governempresarial, percebendo que empresas são
matrizes de almas, de espíritos, de sentimentos e razões, de conceitos, de
formestruturas. Antes até muito tarde do que muito nunca.
Felizmente
o despertar não é apenas a visão das coisas, mas a operação ou o deslocamento
delas. Ainda que tardio esse conhecimento (incompleto) é útil para amaciar as
relações futuras. Benza Deus!
Vitória,
quarta-feira, 11 de setembro de 2002.
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