quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


Nova Sócioeconomia

 

                            Em seu livro, As Profissões do Futuro, São Paulo, Publifolha, 2000, Gilson Schwartz diz à página 42: ” A filosofia, a sociologia e a antropologia são cada vez mais requisitadas na análise e no desenho de sistemas tecnológicos complexos, em processos de fusão e aquisição de empresas ou na formulação de estratégias de mercado”, e logo mais abaixo: “Em processo de fusão ou de aquisição de empresas, em geral ocorrem verdadeiros choques culturais. Para administrar o choque e permitir a transição a uma nova cultura organizacional comum, são contratados especialistas em antropologia”.

                            Bem, não deveria ser só isso.

                            Todos os conhecimentos deveriam (e deverão, nas nossas empresas) estar presentes: especialistas e generalistas em Magia/Arte, especialistas e generalistas em Teologia/Religião, especialistas e generalistas em Filosofia/Ideologia, especialistas e generalistas em Ciência/Técnica e especialistas e generalistas em Matemática. Das ciências, a Psicologia é obviamente muito importante: E/G (especialistas/generalistas) em psicanálise de figuras, E/G em psico-síntese de objetivos, E/G em economia/produção, E/G em sociologia/organização, para relocação em espaçotempos ou geo-histórias. Enfim, DESENHISTAS DE ALMAS, almas novas, novas concepções, novos sentimentos. Como as figuras em cenários novos se vestirão? Que apelos farão às tecnartes? Como falarão (Qual é a Nova Língua Empresarial) umas com as outras? Como partilharão espaçotempo?

                            Não indica alto valor de contemporaneidade que isso tenha sido visto e sim o atraso constante, permanente, de todas as pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações, mundo) quanto à amplitude das transições.

                            Pois se uma Nova Economia está sendo traçada, desenhada, ENTÃO se segue que tudo será renovado: nova psicanálise (com novas figuras), nova psico-síntese (com novos objetivos), nova economia (como nova produção), nova sociologia (com nova organização) e nova geo-história, com deslocamento espaçotemporal. Como se fará essa transição, essa passagem de nível? Pode ser no sacolejo, pode ser na marra, pode ser na porrada – ou pode ser macia, mole, flexível, afável, branda, polida, aveludada, sossegadamente.

                            Que tão tardia é essa chamada às disciplinas! Que ignorantes foram os governempresas que não viram isso antes! É um descalabro, uma notícia bem ruim, e não prova de avanço. Mas, como dizem, antes tarde do que nunca.

                            Pelo menos estão vendo as almas sendo mudadas de cenário a cenário, de desenho governempresarial a desenho governempresarial, percebendo que empresas são matrizes de almas, de espíritos, de sentimentos e razões, de conceitos, de formestruturas. Antes até muito tarde do que muito nunca.

                            Felizmente o despertar não é apenas a visão das coisas, mas a operação ou o deslocamento delas. Ainda que tardio esse conhecimento (incompleto) é útil para amaciar as relações futuras. Benza Deus!

                            Vitória, quarta-feira, 11 de setembro de 2002.

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