Diário do ES
Como
podemos criar um jornal que seja amplamente vitorioso, em todos os sentidos?
Não é fácil, porque, você sabe, poucos são os que lêem, talvez 5 %, no ES 0,05
x 3,1 milhões = 155 mil, se tanto, correspondendo aos ricos (isso NÃO COINCIDE com
os ricos do TER – há outros ricos, por exemplo, os ricos em informação). Na
realidade, creio que A Tribuna, A Notícia e A Gazeta devem ter, juntos, uns 40
mil leitores a cada dia.
Por
quê os jornais falham?
Devo
dizer que é por falta de amor.
Pode
parecer uma declaração maluca, e certamente é inusitada, mas é verdadeira.
Como
diz Gil, pela lente do amor a gente pode ver mais longe, mais fundo e mais
largamente, ou seja, abarcar num volume maior uma quantidade muito maior de
pessoas. O amor leva ao interesse, este a pesquisa & desenvolvimento
teórico & prático, à criação de novos objetos e processos. O interesse leva
a buscar para as pessoas O SEU desenvolvimento, e não unicamente a venda de
exemplares, ou a caça de propagandas ou de classificados.
É
preciso prestar serviços ao povo, às massas, como fez a Folha de São Paulo,
crescendo desmesuradamente, o primeiro jornal brasileiro a tomar porte de
alguns estrangeiros mais modestos. Só de uma Folha do Espírito Santo
seguir seus passos já iria longe.
Depois,
é preciso seguir o enquadramento do modelo, que é extenso, já coloquei em outro
lugar e não repetirei aqui.
Terceiro,
é preciso PENSAR GRANDE, o que é tremendamente difícil, pois não se
trata de meramente multiplicar por dez, cem ou mil. É fundamental pensar no
povo e nas elites, no povelite/nação ES como grande, e daí tratar sempre
favoravelmente os assuntos, o que não quer dizer, de modo algum, otimismo,
superafirmação do ótimo, nem muito menos pessimismo, hiperafirmação do péssimo.
O que seria um GRANDE ESPÍRITO SANTO?
É
preciso ter percepção-de-mundo
grandiosa para ver grande, para agigantar todas as coisas, para ver um
futuro amplo onde ainda nada existe. Daí para frente é fácil, todos querem se
juntar ao vencedor. A simples presença do vencedor vende. Vende tudo, de
classificados a propagandas e exemplares, para não dizer outras coisas.
Quem
pode gerar muitas notícias de uma coisa pequena?
Ora,
se o ES é territorialmente pequeno, se os recursos são poucos, a única riqueza
que há é a população, e é nessa população que é preciso confiar. É ela que
devemos engrandecer. Como o futuro não está lá, basta falar dele, não será
mentira – pois não estamos falando de nada que existisse, para que a
falsificação se desse. Podemos falar do futuro como nossas esperanças.
ENTÃO,
pessoas que não têm visão terão aquela, se apegarão a ela, aos sonhos de
liberdade e felicidade, e trabalharão por eles, acabando por construí-los. É
claro que o anunciante precisa ser verdadeira, porque de outro modo cheirará a
mentiras e o povo se desinteressará, ficando mais descrente ainda.
Daí
que, para dar certo, um vitorioso Diário do ES deve falar do futuro do
modo mais auspicioso possível. E, como eu disse, amar o povelite/nação, se
interessar por ele. O resto é sucesso apaixonante.
Vitória,
quinta-feira, 05 de setembro de 2002.
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