Os Modos de Referir o Ano 2000
Uma
coisa que parece tão simples...
1)
Primeiro,
há o milênio: 000, significando que a cristandade cumpriu o segundo milênio de
sua existência como forçapoder produtivorganizativa humana;
2)
Segundo
há o século: 00, que traz novidades de conhecimento (novidades
mágicas/artísticas, novidades teológicas/religiosas, novidades
filosóficas/ideológicas, novidades científicas/técnicas e novidades
matemáticas), mais as novidades derivadas das 6,5 mil profissões, as novidades
das classes, q.v. no modelo;
3)
Terceiro
há a década: 0. Quanto a humanidade mudará até 2010?
4)
Quarto
há o ano mesmo, ano 2000. Tão cedo não haverá outro com três zeros. Só no ano
3000, se ainda estivermos aqui. As pessoas nem se deram conta. Fiquei
carimbando no posto fiscal um ano inteiro, encantado com os três zeros
enfileiradinhos.
E, veja,
esses modos são quantitativos, porque há os modos qualitativos. Podemos olhar
nossa percepção-de-mundo agoraqui e compará-la com 1500 e 2500 (ou eles poderão
fazê-lo), ou pegar a faixa de 1950 a 2050, ou a de 1995 a 2005. Embora existam
outros calendários, o gregoriano-cristão é o predominante neste pontinstante,
de modo que devemos referir-nos a ele. O Ano 2000 não é apenas tempo, é
tempespaço, é espaçotempo, é geo-história humana. Como a Terra humana é
hojaqui? Devemos avaliar a Psicanálise 2000 (das figuras), a Psico-Síntese 2000
(dos objetivos), a Economia 2000 (das produções), a Sociologia (das
organizações) e a Geo-História 2000.
Para um
assunto que parecia tão simples ele está se desdobrando muito, não é? De fato é
assim que as coisas são: basta pensarmos nelas para elas se abrirem nas suas
possibilidades.
Quando
estamos falando corriqueiramente do Ano 2000 nós nos esquecemos de todos os
desdobramentos. Nem poderíamos nos referir continuamente a eles.
Vitória,
quarta-feira, 04 de setembro de 2002.
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