quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


Os Modos de Referir o Ano 2000

 

                            Uma coisa que parece tão simples...

1)         Primeiro, há o milênio: 000, significando que a cristandade cumpriu o segundo milênio de sua existência como forçapoder produtivorganizativa humana;

2)        Segundo há o século: 00, que traz novidades de conhecimento (novidades mágicas/artísticas, novidades teológicas/religiosas, novidades filosóficas/ideológicas, novidades científicas/técnicas e novidades matemáticas), mais as novidades derivadas das 6,5 mil profissões, as novidades das classes, q.v. no modelo;

3)        Terceiro há a década: 0. Quanto a humanidade mudará até 2010?

4)        Quarto há o ano mesmo, ano 2000. Tão cedo não haverá outro com três zeros. Só no ano 3000, se ainda estivermos aqui. As pessoas nem se deram conta. Fiquei carimbando no posto fiscal um ano inteiro, encantado com os três zeros enfileiradinhos.

E, veja, esses modos são quantitativos, porque há os modos qualitativos. Podemos olhar nossa percepção-de-mundo agoraqui e compará-la com 1500 e 2500 (ou eles poderão fazê-lo), ou pegar a faixa de 1950 a 2050, ou a de 1995 a 2005. Embora existam outros calendários, o gregoriano-cristão é o predominante neste pontinstante, de modo que devemos referir-nos a ele. O Ano 2000 não é apenas tempo, é tempespaço, é espaçotempo, é geo-história humana. Como a Terra humana é hojaqui? Devemos avaliar a Psicanálise 2000 (das figuras), a Psico-Síntese 2000 (dos objetivos), a Economia 2000 (das produções), a Sociologia (das organizações) e a Geo-História 2000.

Para um assunto que parecia tão simples ele está se desdobrando muito, não é? De fato é assim que as coisas são: basta pensarmos nelas para elas se abrirem nas suas possibilidades.

Quando estamos falando corriqueiramente do Ano 2000 nós nos esquecemos de todos os desdobramentos. Nem poderíamos nos referir continuamente a eles.

Vitória, quarta-feira, 04 de setembro de 2002.

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