quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


O Desprezo das Pessoas por Deus

 

                            Em seu livro, Infinito em Todas as Direções (do gene à conquista do universo), São Paulo, Best Seller, s/d (original de 1988), capítulo 2, Borboletas e Supercordas, p.33, Freeman Dyson diz:

                            “Agora Hawking formulou uma equação que se parece muito com a equação de Planck. A de Hawking é S = kA, onde S é a entropia de um buraco negro, A é a área de sua superfície e k é a constante que hoje denominamos de constante de Hawking. Entropia significa aproximadamente o mesmo que a capacidade de calor de um objeto. É medida em unidade de calorias por grau. A é medida em centímetros quadrados. A equação de Hawking diz que a entropia é, de fato, o mesmo que área. A conversão entre área e entropia é dada pela constante de Hawking, que é, aproximadamente, 1041 calorias por centímetro quadrado. Esse fator de 1041 mostra o quanto um buraco negro dista das unidades compreensíveis e familiares ao homem. Mas o que realmente significa dizer que entropia e área são a mesma coisa? Estamos tão longe de compreender isso quanto Max Planck estava de compreender a mecânica quântica em 1900”, negritos e coloridos meus.

                            Vejamos o projeto de ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele.

                            A macropirâmide (pluriverso, universo, superaglomerados, aglomerados, galáxias, constelações, sistemas estelares, planetas), a mesopirâmide (mundo, nações, estados, municípios/cidades, empresas, grupos, famílias, indivíduos) e a micropirâmide (corpomentes, órgãos, células, replicadores, moléculas, átomos, subcampartículas, campartícula fundamental) constituem um desenho portentoso, dessa entidade que denominamos Deus, desse talento excepcional.

                            Na equação E = mc2, sendo c = 3.108 m/s, temos que para a energia organizar a matéria em informação-controle ou materenergia precisamos dum ligativo da ordem de 108, o que significa ALTO RENDIMENTO no projeto d’ELI e pequena margem de negociação com a ineficiência e o erro. PARA DAR CERTO e haver conversão dentro de um universo de margem TÃO ESTREITA, é evidente que os talentos d’ELI são extraordinários mesmo. Estourando no Big Bang (Barulhão, Grande Explosão, precedida do Grande Estresse) e antes que as coisas se consumam na presumida morte térmica o metaprogramáquina pluriversal deve ser re-montado.

                            Se entropia e área são a mesma coisa, o que quer dizer isso? Que há uma pressão de conversão entre a energia que é degradada para as condições de temperatura mínima próxima de 0º K, donde não é possível extrair diferença alguma de potencial gerador de movimento organizador das partículas de energia inercial em relação aos campos ou agrupamentos materiais gravitacionais, e a organização material que ela proporciona. Ou seja, se virmos a energia como uma área, dela sairá uma flecha de organização da matéria. É como a fórmula de pressão, P = F/A, uma força (ou campartícula, quer dizer, as partículas ou energias) agindo para desorganizar os campos materiais numa determinada área, forçando para rompê-los.Do mesmo modo, no BN (buraco negro), os campos estão sendo rompidos. É como um transformador, recompondo os potenciais energéticos pela dissociação material. Há uma disrupção geral, quando são rebentadas todas as organizações materiais, tudo sendo reconduzido à forma básica de energia, as partículas sendo as menores possíveis, mais próximas daquelas que existiram no infinitésimo após a maior das pressões de dissociação no Big Bang. Os potenciais particularizantes ou energizantes tornam-se quase máximos no BN, conforme as dimensões deste. Então, nos poços potenciais (planetas, estrelas, estrelas de nêutrons, BB’s) os potenciais são dilatados. E aquele índice, de 1041 no diz que as flechas materiais que entram no horizonte do BN são elevadas até altos potenciais energéticos, para futuro trabalho, quando os BN’s se transformarem nos BB’s, buracos brancos. Nos BN’s a energia está sendo recomposta para altos potenciais de manipulação da matéria. Enfim, os BN’s são transformadores, como esses que temos perto de nossas casas, só que muito maiores. São os transformadores d’ELI. Vistas as coisas desse modo, há que respeitar, não é mesmo?

                            No modelo coloquei que negentropia, a negação da entropia, é igual a entropia, com o sinal trocado, ou seja, ∑ = 0 = E – N (ou, colocando em grego, ξ – η = 0, quer dizer, E = N). No mesmo instante em que a energia está sendo gasta, outra está sendo construída no centro de planetas, estrelas, estrelas de nêutrons e buracos negros. Menos um infinitésimo, que garante que em algum tempo a entropia prevalecerá e tudo será reconduzido ao Big Crunch, o Grande Esmigalhamento, ou Abração, recomeçando do Nada, a plena Soma Zero.

                            Se a entropia é aquele estado em que não se pode mais extrair energia, ela equivale a uma área de máxima disseminação da matéria (cada pedacinho estando tão longe que jamais será atraído para outro, não se acumulando como poço de potencial, ou transformador gravitacional), de máximo congelamento da energia, nenhuma matéria podendo gerar via centralização por gravidade nova energia ou inércia. Na relação entre 1041 e 108 deve estar a margem de desenho do pluriverso. Algum fator de segurança deve haver, ou muito trabalho se perderia. Em 1041 toda a matéria estaria dispersa em máxima área. Em 108 está a taxa de conversão energética, o operador inercial, o cinzel de construção da estátua ou modelo. Nessa relação ou ordem de grandeza de 1033 estaria a operacionalidade do cinzel energético sobre a matéria a esculpir, da micro à macropirâmide. Dizendo de outro modo, cada partícula em cada hólon koestleriano ou partodo ou todoparte constrói o nível superior de organização ou matéria. Por exemplo, as partículas empresariais constroem os campos municipais/urbanos, nisso perdendo potência ou inércia ou flecha ou dinâmica, que se transforma em “impotência” ou gravidade ou área ou estática, no todo, de energia em matéria, ou de negentropia em entropia, de polarizações (de pólos opostos/complementares) em centros, em convergência de desenho ou informação-controle (ou comunicação), a onda fazendo amortecer os extremos no eixo, que é o Desenho do Pluriverso, na Prancheta de ELI.

                            Agora, colocando S/A = k e F/A = P, vemos que a entropia é a anulação da força ou campartícula ou infocontrole ou onda de desenho na área A, a pressão deformativa P tendendo a zero (se F º 0 então P º 0, S º máx quando k tender a 1041). Temos que 1041 elementos devem se reunir para produzir uma unidade de criação. Ou, de outro modo, 1041 partes do universo são zeradas entropicamente para produzir ordem. Como relações diretas que são, é preciso que 1/k seja Pf (formativo) ou Pf = k-1 para representar entidades formativas. Quer dizer, k deve ser substituída por uma outra unidade, anti-k, que é Pf, ou k = anti-Pf, Pf-1. Se P é deformativo, então anti-P é formativo, isto é, a quantidade de ordem que emerge da área A (A-1/S-1= 1/k-1, saindo na área A a negentropia num pacote energético da ordem de 1/1041) sendo o ordenamento energético de uma quantidade material qualquer em IC ou info-controle. A taxa de conversão de matéria e energia em ME ou IC, info-controle. A entropia é deformação estabelecida do potencial de formação local. A pressão é o índice da deformação que será produzida, enquanto a entropia é o índice da deformação já produzida. A pressão vem do futuro, produz desagregação, a entropia é a separação já posta no passado. Deveriam ser uma e a mesma flecha. Sob máxima entropia toda capacidade do pluriverso gerar IC estará degenerada, descriada. Entropia é a paralisação total da energia, a incapacitação de a energia manipular a matéria para construir os níveis de relação e percepção. Podemos ver uma flecha F emergindo da área A para construir como anti-P, antidesagregação, qualquer IC. Então na área Abn está sendo re-produzida a energia organizadora Ebn, que é negentrópica ou negadora da entropia, negadora do fim. Nos buracos negros, novos potenciais de formação estão sendo produzidos, estão sendo extraídos do horizonte do BN. Eventualmente, através do Buraco Branco, da megaexplosão do BN, essa energia formadora será reinjetada no universo, em suas proximidades, para novas construções, e assim sucessivamente. Como área é o quadrado, √1041 = L = aproximadamente 1021, que elevado ao cubo (para volume) dará a ordem de grandeza em que a energia que emergirá do BB e contaminará o ambiente circundante (= aproximadamente 1063 qualquer coisa). A matéria, que estava esgotando seu poder construtor, é elevada de novo pelo alto poder separador ou transformador do BN a níveis incompreensíveis, e pode continuar operando no universo como energia ou partículas modeladoras. Gravidade do BN transformada em inércia construtora.

                            Em resumo, ELI (ou Deus, como preferirem chamar) não é só simples, é tremendamente complexo (a) também. É algo de admirar, é ou não é? Você pode não gostar de nomes, chame de Desenho de Mundo, ou como preferir, ou não dê nome nenhum, pense como Conhecimento. Parece que o desprezo de alguns por isso tudo foi muito prematuro.

                           Vitória, segunda-feira, 09 de setembro de 2002.

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