quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


Engenharia e Psicologia

 

                            Tal como identifiquei no modelo, Engenharia é uma Psicologia, embora logo abaixo da Física na pontescada, sendo a Engenharia a Física baixa e a Física a Engenharia alta. Ela também se une à arquitetura como uma das tecnartes.

                            Do que trata a Psicologia?

                            Da psicanálise das figuras, da psico-síntese dos objetivos, da economia das produções dos objetos, da sociologia das organizações (tempo operacional das pessoambientes) e das geo-histórias ou espaçotempos. Então a Engenharia trata disso, também? Assim sendo, a Engenharia deve sintanalisar os espaçotempos para as pessoas (figuração dos indivíduos, das famílias, dos grupos e das empresas, cada conjunto tendo atendimento diferente, distintíssimo, porque as CONDIÇÕES DE ALMA que desejamos obter variam muito, em cada caso), assim como para os ambientes (configuração dos espaçotempos municipais/urbanos, espaçotempos estaduais, espaçotempos nacionais e espaçotempo mundial).

                            E há que preparar tempos e espaços para as 6,5 mil profissões, para as classes do labor (engenharias: operária, intelectual, financista, militar e burocrática), as classes econômicas (engenharias agropecuárias/extrativistas, industriais, comerciais, de serviços e bancárias), as classes sexuais (voltadas para as fêmeas, os machos, os pseudomachos e as pseudofêmeas), as classes do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis), que são já milhares de combinações distintas. A que tipo de Conhecimento se voltam as engenharias: mágico/artístico, teológico/religioso, filosófico/ideológico, científico/técnico ou matemático?

                            Os instrumentos que pode usar são os tecnartísticos: instrumentos da visão (poesia, prosa, moda, dança, pintura, desenho, fotografia, etc.), do paladar (comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.), do olfato (perfumaria, etc.), da audição (músicas, discursos, etc.) e do tato, sentido central (cinema, teatro, decoração, paisagismo/jardinagem, esculturação, arquiengenharia, tapeçaria, urbanismo, etc.), fora os milhares de objetos, patenteados ou não.

                            Cada objeto, cada processo é uma psicologia.

                            Como aprenderemos tanto assim, irão perguntar. Mas, claro, não se destina a uma pessoa, apenas e sim a todas. E como saber o que os psicólogos profissionais sabem? Evidentemente alguns psicólogos irão se tornar também engenheiros e alguns engenheiros aprenderão psicologia. Sem falar em ambos aprenderem arquitetura e as demais formas de arte. Com as coisas assim separadas não dá para ir muito longe.

                            Convenhamos que temos profissionais que, fora do mínimo reto que sabem de sua profissão, são medíocres em termos de entendimento do que seja a aventura humana. Visão-de-mundo, melhor dizendo percepção-de-mundo estreitinha mesmo. Não admira que o mundo seja visualmente tão duro, tão penoso, tão desconfortável, tão inflexível, tão boçal mesmo. Não admira nada que as pessoas sejam tristes, se entregamos a profissionais sem o mínimo conhecimento da alma humana a construção de casas, de objetos, de máquinas, de instrumentos, de aparelhos. Como pudemos ser tão cegos?

                            Vitória, quarta-feira, 04 de setembro de 2002.

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