Teleporte
Agora
aquilo de Jornada nas Estrelas não parede tão absurdo assim, as pessoas
serem teleportadas ou teletransportadas de uma para outra nave. Agora, os
detalhes é que complicam. O pensamento anterior é que as pessoas seriam
desintegradas átomo por átomo (e deveriam sê-lo no nível dos subcampartículas e
do campartícula fundamental, um problema de “n” corpos, insolúvel, pois são
bilhões de células) e depois reconstruídas (com o quê ficava o perigo de as
pessoas serem reconstruídas erradamente, com ou sem propósito, até para remodelar
as personalidades).
Entrementes,
se for válido isso do artigo do Livro 7, Dewar Eletromagnético, se segue
que o mesmo poderá ser feito para pessoas isoladas, encapsulando-as em garrafas
magnéticas de dupla parede, sem necessidade de desintegração. Ficam várias
questões ainda maiores, a saber: 1) como respirar? 2) como supercalibrar a
emissão e a recepção dos objetos? Qualquer empurrãozinho a mais levaria a
pessoa não alguns metros para o vazio, mas milhões de quilômetros. As guerras
se tornariam incomparavelmente mais perigosas, PORQUE qualquer bomba poderia
ser teleportada para qualquer lugar, como em Stargate (Portão Estelar,
deveria ter sido o nome em português). Como na FC de revistas em quadrinhos,
deveríamos ter nos prédios públicos “escudo anti-teleporte” – tudo vai ficando
mais complicado. Sem falar que aparelhos de teleporte poderiam ser teleportados
para dentro de instalações, trazendo-as consigo na volta. É como as pseudoviagens
no tempo, estas falsas e cheias de paradoxos.
É
bem sabido que as primeiras máquinas, ou os primeiros programáquinas são
imensos e rústicos, diminuindo com o tempo, ficando mais belos, mais compactos,
transportáveis, portáteis, cabendo em qualquer lugar; veja-se a geo-história
exemplar dos computadores, desde o ENIAC até os supercomputadores de agora,
aqueles ocupando salas inteiras, estes tomando uma sala pequena.
Em
todo caso, o desenho do lugar não seria aquele de Jornada nas Estrelas,
até porque deveria ter um redutor de temperatura (não há nenhum) até ZK (zero
Kelvin), um engarrafador magnético (isso sequer pode ser imaginado), um
tremendo sistema de super-regulação ou supercalibração e várias coisas que nem
posso imaginar, por enquanto.
No
entanto, agora podemos ver como possível e não mais impossível; daí a estar ao
alcance da mão é “daqui para ali”, relativamente.
Enfim, passamos da FC para a
perseguição da realidade.
Vitória,
domingo, 25 de agosto de 2002.
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