terça-feira, 27 de dezembro de 2016


Teleporte

 

                            Agora aquilo de Jornada nas Estrelas não parede tão absurdo assim, as pessoas serem teleportadas ou teletransportadas de uma para outra nave. Agora, os detalhes é que complicam. O pensamento anterior é que as pessoas seriam desintegradas átomo por átomo (e deveriam sê-lo no nível dos subcampartículas e do campartícula fundamental, um problema de “n” corpos, insolúvel, pois são bilhões de células) e depois reconstruídas (com o quê ficava o perigo de as pessoas serem reconstruídas erradamente, com ou sem propósito, até para remodelar as personalidades).

                            Entrementes, se for válido isso do artigo do Livro 7, Dewar Eletromagnético, se segue que o mesmo poderá ser feito para pessoas isoladas, encapsulando-as em garrafas magnéticas de dupla parede, sem necessidade de desintegração. Ficam várias questões ainda maiores, a saber: 1) como respirar? 2) como supercalibrar a emissão e a recepção dos objetos? Qualquer empurrãozinho a mais levaria a pessoa não alguns metros para o vazio, mas milhões de quilômetros. As guerras se tornariam incomparavelmente mais perigosas, PORQUE qualquer bomba poderia ser teleportada para qualquer lugar, como em Stargate (Portão Estelar, deveria ter sido o nome em português). Como na FC de revistas em quadrinhos, deveríamos ter nos prédios públicos “escudo anti-teleporte” – tudo vai ficando mais complicado. Sem falar que aparelhos de teleporte poderiam ser teleportados para dentro de instalações, trazendo-as consigo na volta. É como as pseudoviagens no tempo, estas falsas e cheias de paradoxos.

                            É bem sabido que as primeiras máquinas, ou os primeiros programáquinas são imensos e rústicos, diminuindo com o tempo, ficando mais belos, mais compactos, transportáveis, portáteis, cabendo em qualquer lugar; veja-se a geo-história exemplar dos computadores, desde o ENIAC até os supercomputadores de agora, aqueles ocupando salas inteiras, estes tomando uma sala pequena.

                            Em todo caso, o desenho do lugar não seria aquele de Jornada nas Estrelas, até porque deveria ter um redutor de temperatura (não há nenhum) até ZK (zero Kelvin), um engarrafador magnético (isso sequer pode ser imaginado), um tremendo sistema de super-regulação ou supercalibração e várias coisas que nem posso imaginar, por enquanto.

                            No entanto, agora podemos ver como possível e não mais impossível; daí a estar ao alcance da mão é “daqui para ali”, relativamente.

Enfim, passamos da FC para a perseguição da realidade.

                            Vitória, domingo, 25 de agosto de 2002.

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