Como Era Gostoso o Meu Progresso
No
livro já citado de Dyson, na página 15 ele diz: “Mas Deus não criou apenas as
montanhas, fez também as florestas. E hoje começamos a entender que as
selvas constituem a parte mais rica e vibrante da criação. O moderno
explorador da África ou da América do Sul não está buscando os grandes picos,
mas se embrenhando nas profundezas da selva para observar e compreender as
criaturas que ali vivem, em sua intrincada variedade”, negrito meu.
A
cada vez que compreendemos algo vamos elegendo novas predileções. Antes eram as
montanhas, agora são as selvas, depois serão as montanhas novamente, etc., até
a convergência do ciclo da compreensão. A parte mais vibrante da Criação é a
própria Criação.
Veja
a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas,
replicadores, células, órgãos e corpomentes), depois a mesopirâmide (indivíduo,
família, grupo, empresa, município/cidade, estado, nação, mundo), a seguir a
macropirâmide (planeta, sistema estelar, constelação, galáxia, aglomerado,
superaglomerado, universo, pluriverso), como uma contínua pontescada do
crescimento do Conhecimento. Tomando a pontescada científica, teremos:
Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e
Dialógica/p.6). Vimos a Física/Química como mais importante, agora vemos a
Biologia/p.2. Por que não compreendemos logo que mais adiante será a
Psicologia/p.3 e mais à frente ainda a Informática/p.4?
Agora
que pensamos no patamar-espelho biológico/p.2 como mais importante, tendemos a
desconsiderar o seguinte, psicológico/p.3, que é o da racionalidade. A cada vez
que deparamos com um tiquinho a mais de conhecimento queremos desconsiderar
todo o restante. Ou seja, estamos sempre autocentrados. O que é importante é o
EGO, o EU, e suas escolhas, seus desejos, no caso do de Dyson e outros.
Isso
é enjoado à beça.
E
a cada vez a boiada, a manada sai correndo para o ponto focal das novas
descobertas, sejam os fractais, as supercordas, o caos, a teoria das catástrofes,
fusão a frio (que se mostrou uma furada). Que coisa chata!
Ao
passo que poderíamos ser mais moderados, se não valorizássemos tanto a
autoevidenciação nesta sociedade derivada do egoísmo e da superexposição
egótica. Há algo de errado no âmago da prateoria de pesquisa &
desenvolvimento dessa coletividade nossa. Lá vamos todos nós sendo empurrados
para as florestas. Depois serão os desertos, conforme vençam estes ou aqueles
sujeitos por suas teses.
Que
aborrecido!
Vitória,
segunda-feira, 09 de setembro de 2002.
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