sexta-feira, 30 de dezembro de 2016


Diabretes

 

                            A Rede Cognata diz que diabretes = DIABETES = DIABOS. Daí que, quando dizem, “está com o diabo no corpo” estão dizendo “está com a diabete no corpo”. Será possível que pessoas “possuídas” estejam apenas sofrendo de excesso de açúcar no sangue? Seriam aqueles espasmos causados por taxas muito elevadas de glicose? Aquelas convulsões características viriam da diabete?

                            O exorcismo, privando as pessoas de alimentação, talvez concorra para baixar a taxa de glicose, dando fim ou diminuindo ou temperando os ataques. Antes, quando não sabíamos que crianças podiam ser também acometidas de elevadas taxas, não tínhamos razão para pensar algo assim. Seria o caso de investigar, se foram feitos exames de sangue em casos clássicos de possessão, se aquelas pessoas tinham alterado seu perfil sanguíneo.

                            Aquelas freiras descritas por Huxley, o exorcismo do filme (que se baseou em fato, muito alterado, segundo dizem), todos esses casos, teriam vindo de algo tão simples assim? Desmaios, vômitos e outros efeitos podem se apresentar em diabéticos?

                            Claro, a causa física não exclui a causa psicológica, inclusive a possessão verdadeira. Por ser até uma oportunidade, que sabemos nós? Entretanto, conhecer as causas físicas nos permitirá colocar de parte o que não for genuinamente psicológico e até extra-humano, sei lá.

                            Diabretes são pequenos diabos. Já vimos num texto do Livro 7, Doenças = Deuses, que não é atoa que os antigos diziam que as pessoas doentes estavam tomadas pelos deuses. Os “pequenos diabos”, os diabretes, as diabetes, causariam aquelas manifestações?

                            Se for verdade isso, não apenas a Língua e a Rede Cognata servirão às pesquisas & aos desenvolvimentos biológicos e p.2, como de toda a pontescada tecnocientífica e de todo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), como também das 6,5 mil profissões, e de tudo que os seres humanos fazem em cada língua que, como disse Nietzsche, é a alma nacional – o português do Brasil sendo a alma brasileira. Essa alma falaria muito mais fundo de todos nós do que imaginávamos antes.

                            Vitória, quinta-feira, 19 de setembro de 2002.

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