quinta-feira, 29 de dezembro de 2016


Programa Tropical de P&D

 

                            Escrevi um texto denominado Ocultamento Econômico (poderia ter completado como Ocultamento Socioeconômico), mostrando como o Brasil poderia seguir uma trilha de desenvolvimento próprio a partir da opção por suas populações ameríndias, européias, asiáticas e africanas, agora em crescente miscigenação.

                            O que significaria em termos de apoio a essa vertente um programa tropical e brasileiro de pesquisa & desenvolvimento?

                            Em primeiro lugar deveríamos mirar as pessoas tropicais ou brasileiras (indivíduos brasileiros, famílias brasileiras, grupos brasileiros e empresas brasileiras) em seus ambientes tropicais ou brasileiros (municípios/cidades brasileiras, estados brasileiros, nação brasileira, na parte do mundo de feição brasileira). Em segundo lugar, isso corresponderia a mirar a Psicologia brasileira (figuras ou psicanálises brasileiras, objetivos ou psico-sínteses brasileiras, economias ou produções brasileiras, sociologias ou organizações brasileiras, espaçotempos ou geo-histórias brasileiras). Em terceiro lugar, há que ser pesquisa (teórica) & desenvolvimento (prático), o que quer dizer favorecimento das patentes, dos modelos de utilidade, das marcas, dos programas ou softwares, dos direitos autorais brasileiros e voltados para o Brasil e os trópicos, e das investigações mais profundas. Em quarto lugar, favorecer as tecnartes brasileiras (T/A-B da visão brasileira: fotografia brasileira, pintura brasileira, desenho brasileiro, dança brasileira, poesia brasileira, prosa brasileira, moda brasileira, etc.; T/A-B da audição brasileira: música brasileira, discurso brasileiro, etc.; T/A-B do paladar brasileiro: comida brasileira, bebida brasileira, pasta brasileira, tempero brasileiro, etc.; T/A-B do olfato brasileiro: perfumaria brasileira, etc.; T/A-B do tato brasileiro, sentido central: urbanismo brasileiro, paisagismo/jardinagem brasileira, cinema brasileiro, teatro brasileiro, decoração brasileira, tapeçaria brasileira, arquiengenharia brasileira, esculturação brasileira, etc.). Em quinto lugar, PARA QUEM É? Para operários brasileiros, para intelectuais brasileiros, para financistas brasileiros, para militares brasileiros, para burocratas brasileiros.

                            Enfim, todo enquadramento do modelo.

                            QUAL É O FEITIO da figura a quem se atenderá?

                            Qual é o corpo e qual é a mente? Quais são os corpomentes, quais os órgãos? Qual é a temperatura média? Quanto cai de chuva em cada ponto do território nacional? Quais as altitudes, as longitudes, as latitudes? Qual é o veio geo-histórico? Qual o fundo civilizatório? Que tipos de mestiçagens se deram? Que gostos se desenvolveram? Que perspectivas do passado, do presente e do futuro se manifestaram? Com que nações o Brasil se liga?

                            Isso orientará as universidades, centros de P&D, institutos, governos e empresas para a busca, para o que nos atenderá finalmente com mais conforto, o que nos alegrará, que nos fará vibrar verdadeiramente em uníssono.

                            Para pegar esse caminho há que ter audácia, confiança em si, grandeza, independência que vá além da proclamação de 7 de Setembro. Como conseguiremos nos autodisciplinar para essa atitude nova em nossa existência políticadministrativa? Em algum momento vão surgir esse povo brasileiro, essas lideranças (sindicais, estudantis, comunitárias) brasileiras, esses profissionais (políticos, liberais, professores) brasileiros, pesquisadores (mestres, doutores e pós-doutores) brasileiros, estadistas brasileiros, santos e sábios brasileiros, iluminados brasileiros capazes de ver mais longe, abraçando todo o povelite ou nação brasileira.

                            Vitória, quarta-feira, 11 de setembro de 2002.

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