quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


O Canto Solar

 

                            No livro de Alberto Delerue, O Sistema Solar (viagem ao reino do Sol através das mais recentes conquistas espaciais), Rio de Janeiro, Ediouro, 2002, p. 30, ele diz: “Uma das descobertas mais recentes, e curiosas, é que o Sol emite uma espécie de canto, ou melhor, vibrações sonoras que não conseguem atravessar o espaço interplanetário. O que seriam? Como são produzidas essas ondas acústicas?”

                            Em primeiro lugar, lembremos que Pitágoras diziam poder ouvir a música das esferas. Depois, não sei se foi Olavo Bilac que falava: “Ora, direis, ouvir estrelas”, certamente inspirado em seu predecessor de 2,5 milênios.

                            Em todo caso, bem antes de saber disso (veja, a edição é de 2002), num texto das posteridades (número 2, 09.09.1998), chamado Unidade de Conceitos para a Utilização de Superondas em Toda a Largura do Espectro, falei da busca da unicidade descritiva de todas as ondas (cores, sons, paladares, olfatos, tato, etc.). No texto 2 (10.09.1998), denominado Para Tocar o Sol (Um Pi/grama Musical), falo justamente da possibilidade de não apenas o Sol como cada objeto celeste e cada objeto terrestre terem sua sonoridade característica, a qual poderia ser medida e, pior ainda, servir à sua desintegração por contramodulação.

                            Não pode ser senão assim mesmo.

                            Pois o resumo de todas as vibrações de um corpo (que, via medição do calor, ou seja, a soma estatística de tais vibrações, seria sua massa relativa à radiação de fundo) poderíamos tomar como sua identidade vibracional, seu tom característico. Você, eu, todos temos essa identidade. Uma pessoa superafinada talvez pudesse ouvir nossa música. E se essa identidade pudesse ser medida também sua alterações poderiam sê-lo; umas constituiriam sinais de doença e outras de saúde, ou harmonia, os harmônicos do corpo e da mente. Cada órgão, cada célula teria seu harmônico, seu tom perfeito, sadio.

                            Conforme soubéssemos identificá-los, por uma tabela de referência em programáquina, poderíamos tratá-los também, curá-los de quaisquer doenças. Então umas músicas seriam saudáveis, enquanto outras nos adoeceriam. Eis aí o fundamento (filosófico) da musicoterapia. Evidentemente quando isso for conhecido será usado tanto para o bem quanto para o mal, apenas porque este par polar oposto/complementar bem/mal existe no Dicionário. Inevitavelmente. Inescapavelmente. Inquestionavelmente, sem dúvida alguma.

                            Aquelas coisas das lendas e dos livros e filmes de ficção estão retornando, todas elas, ao que pude perceber. Era tudo verdade, mesmo. E, naturalmente, as músicas acalmarão as feras.

                           Que, no final das contas, são os seres humanos.

                            Aliás, como será ouvir o Canto do Sol?

                            Certamente logo lançarão a Música do Sol no mercado.

                            Vitória, terça-feira, 17 de setembro de 2002.

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