quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


O Salto para a Vida

 

                            Conforme estávamos conversando, Gabriel e eu, de onde parei na questão da Química, devemos ver cada vértice da pontescada tecnocientífica (ciências: Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6 e técnicas: Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5 e Discursiva/X6) tanto interna quanto externamente.

                            A QUÍMICA INTERNA é aquela que trata das ondas ou campartículas próprias, ou seja, dos átomos e das moléculas, enquanto a QUÍMICA EXTERNA, por assim dizer, trataria de mostrar como as moléculas passam a replicadores (o ADRN, ADN/ARN, é só um deles, q.v. o modelo), isto é, como se dá o salto à vida. À QI chamam simplesmente Química, enquanto à QE denominam Bioquímica.

                            Como se dá essa revolução, que passa do quantitativo acumulado por evolução ao qualitativo revolucionário, à quantidade nova, à nova chance de acumulação biológica?

                            Onde minha percepção parou, é preciso ver os tijolos moleculares da QE, bioquímica, sendo reunidos para compor a Casa da Vida. Que projeto de arquiengenharia unindo o espaço arquitetônico molecular ao tempo de engenharia molecular, em A/E molecular é esse? Não se trata mais de olharmos as flechas ou ângulos e os dígitos ou pontos, os digitângulos moleculares, as formestruturas, os conceitimagens moleculares. Não se trata de ficarmos medindo quantos átomos há na molécula, nem os ângulos que fazem, e sim de os tomarmos como cártulas ou cartuchos, invólucros, caixinhas pretas fechadas, cilindros de IC (info-controle, informação-controle ou comunicação), cujo interior não nos interessa de modo algum. Interessa, isso sim, o que desponta deles, onde a ligatividade ou conectividade permite que se unam a tais ou quais outras moléculas, para formar replicadores. Como os programáquinas moleculares agem, com base naqueles cartuchos ou molduras ou vetores moleculares? Como é que umas moléculas vão se constituir em programas e outras em máquinas? Como é que uns conjuntos de átomos vão ser o hardware molecular e outros o software molecular?

                            Como já estudei, vários replicadores precisam ser construídos, com os conjuntos de conceitos da Casa geral (paredes, pisos, tetos, portas, e deles outros ainda maiores, cozinhas, quartos, banheiros). Daí os polipeptídios, aquelas moléculas superúteis que vão facilitar a construção da biblioteca de produtos que é o ADN, e da biblioteca de processos, que é o ARN, os outros replicadores e as enzimas, os catalisadores ou multiplicadores de tempo de reação, que são como que os políticos moleculares, facilitando a união dos pacotes moleculares de IC em tríades de sílabas moleculares.

                            Ora, então são formadas frases a partir das quatro letras básicas A, C, G, T, como na Língua Cognata, q.v. Daí, das letras sílabas, das sílabas palavras, das palavras frases, das frases períodos e toda a composição da Vida geral.

                            Deveríamos ter as tais cártulas, os vetores espaçotemporais moleculares da composição das matrizes vitais. Se as tivéssemos, poderíamos colocá-las para evoluir/revoluir nos programáquinas, desenhando qualquer cenário, em qualquer mundo, qualquer sistema estelar, sob as mais variadas condições de experiência virtual ou mental. Modelação bioquímica e química/p.2, para criar todo tipo de Psicologia, mais adiante. Mil programáquinas poderiam reevoluir separadamente, mostrando outros surgimentos. Então daríamos forma exterior a esses conceitos em evolução, mostrando as figuras andando e se alimentando, etc.

                            Entre o agora e o depois dessa modelação há a ponte da constituição desses cartuchos. Não adianta olhar para dentro deles, para a Química Interna; queremos apenas saber da ligatividade ou condições de união. Quem (figuras moleculares), por quê (objetivos vitais a alcançar), com quê (quais produtos moleculares), como (em que ordem ou com que tipo de organização), em qual espaço e em quanto tempo (quando-onde molecular)?

                            A Química Externa não consegue avançar PORQUE ela não se distancia o bastante para ver o grande cenário. Olha de tão perto que não vê o quadro mais amplo.

                            Vitória, quinta-feira, 05 de setembro de 2002.

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