sexta-feira, 30 de dezembro de 2016


Escola de Noveconomia

 

                            Quando nós falamos de Noveconomia devemos falar de suas conexões psicológicas, ou seja, de nova psicanálise ou de novas figuras; de nova psico-síntese ou de novos objetivos; de noveconomia ou nova produção; de nova sociologia ou nova organização; e de novo espaçotempo ou nova geo-história.             Se não podemos investigar esses pontos todos, então não estamos falando de noveconomia.

                            E como não sabemos sequer o que são os outros vértices, evidentemente não estamos mesmos falando de noveconomia, só dos produtos isolados dela. Não de totalidade, só de parcialidade.

                            Que seria falar dos outros vértices?

                            Quais seriam as NOVAS FIGURAS?

                            A que bares vão as novas almas? Como falam DO NOVO, das novidades? Como rezam? Como viajam, como se alimentam, moram, fazem amor, compram? Não há descrição de nada disso, portanto, não há nenhuma NOVA PSICANÁLISE, como seria necessário. Mudou o corpo e mudou a mente da pessoa (novos indivíduos, novas famílias, novos grupos, novas empresas)? Mudaram os ambientes (novos municípios/cidades, novos estados, novas nações, novo mundo)?

                            E quanto aos NOVOS OBJETIVOS?  

                            O que procuram vender e comprar os NOVOS INDIVÍDUOS? Que clubes freqüentam? Que revistas adquirem? Quantos filhos pretendem ter? Que casas construirão? Como se formarão? Nada disso está descrito.

                            E sobre as NOVAS ORGANIZAÇÕES?            

                            Há novas organizações governamentais para recepcionar a noveconomia? Há novas organizações empresariais que estejam se catapultando para cima com novos métodos? Há novos modos de proceder em novas profissões e mesmo nas velhas profissões voltadas para o atendimento à noveconomia?

                            E o espaçotempo ou geo-história, renovou-se? Há um NOVESPAÇOTEMPO ou uma NOVA-GE0-HISTÓRIA?

                            Que é que há de novo nos espaços? O que de novo vem com cada segundo? Parece-me que vemos tudo igual, ou pelo menos muito semelhante. Há essa exaltação do novo como redentor pela burguesia redentorista, quer dizer, com remorso, porém em que isso nos beneficia?

                            Por último, mas mais importante, cadê a NOVECONOMIA?

                            Onde está a novagropecuária e o novextrativismo? Onde as novindústrias, o novocomércio, os novos-serviços e os novos-bancos? Você já reparou se algo de novo nos está sendo oferecido? Quase nada, não é? Essa tal noveconomia é mínima, quase insignificante. Por enquanto a velheconomia vai bem, cada vez melhor, usando e abusando de sua parenta mais novinha, pobrezinha, tão jovem e inexperiente.

                            Entrementes, se vai, como vai surgir uma noveconomia, o que há de novo é que pelo pré-anúncio podemos preparar-nos para a criação de uma ESCOLA DE NOVECONOMIA. Em relação a isso a Escola da Velha Economia só surgiu muito depois, o que, aliás, foi uma pena e grande perda. Agora podemos antecipar-nos, o que é uma grande vantagem.

                            Vitória, quinta-feira, 19 de setembro de 2002.

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