Conselho Empresarial
Logo na primeira
candidatura do Lula ele, ou o grupo dele, pensaram num “governo paralelo”, como
se estivessem num parlamentarismo, em que o primeiro ministro pode cair a
qualquer momento e deve ser substituído imediatamente por outro, cujo partido
precisa estar inteirado do que se passa no governo, até nos mínimos detalhes.
No presidencialismo
isso não se passa, PORQUE há o vice-presidente, e a equipe de governo
continuará a mesma, se o presidente morrer, for assassinado ou afastado do
cargo.
Mas faz todo sentido
que haja no empresariado uma replicação dos poderes do governo, porque em
conjunto os empresários têm interesse em replicar as funções, para saber melhor
como se dirigir aos governantes e aos políticos, isto é, deve haver um eco do
Judiciário, do Executivo e do Legislativo, claramente sem qualquer intenção
explícita ou velada de tutoramento, o que seria absurdo.
Aqui a minha
pregação é da construção desse Conselho
Empresarial, reunindo todos os setores da Economia, a saber:
agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos, por suas
federações nos estados.
Dividido em duas
secretarias: Empresarial e Governamental, esta última cuidando do governo
paralelo, portanto com os departamentos Executivo, Legislativo e Judiciário.
Aquela, nos moldes sugeridos, com os cinco setores, em vez de três
(agricultura, indústria e comércio), como pensariam até agora.
Evidentemente a
Secretaria Empresarial cuidará das relações interiores, ao passo que as
relações exteriores devem incluir os trabalhadores. E estes devem ser superbem
tratados, de forma avançada para avançadíssima, porque constituem o ponto
nervoso da existência dos empresários. Então, em particular, o Departamento
de Relações com os Trabalhadores deve estar ligado diretamente ao
presidente do Conselho. Não pode, em hipótese alguma, ser deixado a cargo de um
subalterno.
Como os empresários
NÃO TRATAM NEM DEVEM TRATAR de governo, sendo o seu lado a administração, e não
a política, o Conselho deve criar um Grupo
do Conhecimento (ALTO: Magia, Teologia, Filosofia e Ciência; BAIXO:
Arte, Religião, Ideologia e Técnica), mais a Matemática, de onde extrairão
conhecimento em todas as áreas para as tarefas de administração, às quais se
juntam o direito, a economia e a contabilidade. Mais precisamente, deveriam
seguir o modelo, por exemplo, em psicologia: espaçotempo ou geo-história
empresarial (quando e onde estão eles); figuras ou psicanálise (com quem
lidam); objetivos ou psico-síntese (para quê existem); produção ou economia
(com que trabalham); organização ou sociologia (como trabalham). Se o
empresário não sabe o quê é, nem de onde está vindo nem para onde quer ir, se
têm tais crises de identidade, o fracasso será a recompensa dele.
Então, pressupõe-se
uma homogeneização de procedimentos, funcionamento em bloco, e retreinamento de
todos e cada um.
Isso quer dizer uma
MÍDIA EMPRESARIAL, com TV, rádio, revista, jornal, editora e Internet, de forma
que os empresários todos, no ES pelo menos, possam ser alcançados em suas
residências, sem necessidade de estar o tempo todo vindo a Vitória. Só
especialmente salas de treinamento. É lógico que cada meio isolado não pode
repetir os outros, para aumentar o rendimento. Os jornais devem poder ser
encadernados, bem como as revistas. Os livros não podem ser repetitivos, nem os
assuntos maçantes – devem ir direto ao ponto, de forma breve, clara,
categórica, instrutiva, simples, porque se quer pegar o mais simples dos
empresários, e não a casta “superior”, quer dizer, o quartil mais alto, os 25 %
mais bem informados.
Enfim, estando os
empresários à frente da nação no que trata de enriquecimento, com tanta
desorganização e ineficácia quanto o revela a falta de um programa objetivo
identificável, é de surpreender. Isso só pode se dar, no Brasil, com o ultra
favorecimento, além dos limites das leis, dos governos ao empresariado.
Mas já passou da
hora de instituir tal programa.
Vitória, quinta-feira,
18 de abril de 2002.
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