A Morte dos Homens
Há duas coisas
surpreendentes na relação entre homens e mulheres: 1) em todo conjunto deles e
delas, qualquer que seja o espaçotempo ou geo-história, em toda
cidade/município, estado, nação e no mundo, o número de uns e de outras é aproximadamente
igual, mesmíssima ordem de grandeza, 50/50 = 1,00tuvwxyz ou próximo disso, para
algo que é tomado como aleatório; 2) os homens morrem sistematicamente cinco
anos mais cedo. São duas coisas a estudar profundamente, fazendo as contas para
todos os conjuntos dos quais possuamos dados fidedignos e cotejando todas as
vidas e mortes, duas a duas. Não seria possível fazer isso antes, mas agora é.
Da segunda
constatação desponta que, digamos a cada 60 anos, os homens doam às famílias e
às mulheres, em termos de proteção e segurança, cinco anos, ou seja, 1/12 de
suas vidas potenciais, o que está longe de ser pouco, em termos de devoção,
para quem diga o contrário. Para quem passa por egoísta e irresponsável aí está
um indicador poderoso. Isso quer dizer que só nesta geração de seis bilhões de
seres humanos, três bilhões de homens, 3 x 5 = 15 bilhões de anos serão doados
(o que é a idade do universo). O que faz um grupamento ser tão leal? É claro
que isso foi uma das coisas que criou a humanidade enquanto grupamento que
prospera, ainda que a duras penas.
Evidentemente as
mulheres fizeram doação igual, senão maior, só de terem e criarem os filhos,
que somos todos os devotados devedores. Mas esse mérito ninguém nega, ao passo
que a tarefa dos homens é desconsiderada e aviltada.
Se isso não merece
estudos, não sei o que mereceria.
Observe que tal se
dá em toda parte, sistematicamente. Em todo o universo humano os homens morrem
mais cedo, desde a pré-história. Ser homem é candidatar-se a morrer mais cedo.
Qual é o significado disso? É que criar família, prender-se em lugar de se
soltar para a caça e a diversão do não-compromisso deve ter um valor
extraordinário mesmo para a Natureza.
Vitória,
quarta-feira, 04 de setembro de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário