domingo, 1 de janeiro de 2017


Vetor Virótico

 

                            Em seu livro, Visões do Futuro (como a ciência revolucionará o século XXI), São Paulo, Rocco, 2001, p. 221, o autor Michio Kaku diz: “(...) milhões de anos de evolução criaram o mais eficiente ‘vetor’ para a alteração dessas células: o vírus”, colorido meu, e essa é a chave para muitas compreensões.

                            A EVOLUÇÃO VERTICAL, dentro da mesma linha, seria muito lenta, e tornaria impeditiva a comunicação de produtos, digamos assim, por exemplo, entre seres humanos e aquilo que usamos, de forma que até pelo par oposto/complementar deveríamos esperar, como os cientistas vêm dizendo há algum tempo, uma EVOLUÇÃO HORIZONTAL, isto é, qualquer novo mecanismo não-redutor das chances deve ser incorporado lateralmente. O mecanismo, eles compreenderam, é o vírus. Então, deve ser um mecanismo belíssimo, que permite a comunicação horizontal das mutações. Mudou em algum espaçotempo é logo passado à parentada do mesmo ramo do ADRN.

                            DE REPENTE, os vírus tornaram-se mecanismos dos mais importantes, fundamentais mesmo. É vital desmontar seus genomas, descobrir o interior desses mecanismos, desventrar suas possibilidades, capturar seu futuro através de seu passado e de seu presente. Acabar com os vírus e bactérias seria rematada tolice. Todos os germes devem ser preservados, inclusive o da varíola, PORQUE eles são as linhas de costura de toda a Vida existente na Terra. São as linhazinhas que mantém unida a Árvore da Vida neste planeta.

                            E, como eu já disse, eles levam de um para outro e vão acumulando em toda parte um pouco. Certamente aqui também se aplica a Curva de Gauss, ou do Sino, existindo 2,5 % de vírus ou moléculas extremamente eficientes, que PENETRAM EM TUDO, sendo chaves que abrem todas as portas, chaves universais. E há também, pela mesma propriedade estatística/probabilística, um grupo de ADRN’s que deve ser o mais eficiente em acumular. Talvez o lírio do campo (com 30 bilhões de pares, quando os seres humanos têm três bilhões), como disse Jesus, seja um deles, como venho insistindo já faz um tempo.

                            Então, o vetor virótico entra na matriz e a faz rearranjar-se, reposicionar-se, re-solucionar-se. Novas soluções harmonizadoras à presença do vírus devem ser arranjadas. Neste sentido os vírus e as bactérias são os instrumentos da homeostase entre o ambiente e as pessoas, e vice-versa. De outra forma não daria para compreender: como é que uma espécie só, sujeita a pequena taxa de variação, seria capaz de fazer frente às mudanças aceleradas do ambiente? Vemos como um produto, a molécula virótica, ordena a readaptação das moléculas contidas ou segregadas do corpomente em questão, por exemplo, o vírus da gripe no ser humano. Os vírus são os grandes moto-boys do espaçotempo terrestre, de toda a Vida planetária, levando e trazendo as mutações de organismo a organismo. Pegam de A, entregam a B; pegam de B, passam aos demais na mesma linha de oportunidade bioquímica. Assim, a evolução torna-se imponderavelmente mais rápida do que o seria sem esse mecanismo dos vírus e das bactérias.

                            Se o info-controle ou comunicação se dá no conjunto do ADRN terrestre, essas vias são os V/B; constituem, por assim dizer, a mídia, o transferidor, o educador, o capacitador horizontal, enquanto que as mutações verticais são LENTAS (uma taxa pode ser estimada). Qual é o LEQUE DE CONTAMINAÇÃO, isto é, o qual é a ABERTURA ANGULAR ou o grau de liberdade virótica, para cada tipo de vírus, ou o GL bacteriano? As perguntas mudam, elas assumem uma feição de verdadeiro planejamento de fundo, em vez de compreensão de superfície, como era até então. O Plano da Criação, ou Desenho de Mundo, como prefiro dizer, passa a revestir-se de uma muito mais inquietante grandeza, e comporta urgências novas e emocionantes.

                            Vitória, quarta-feira, 16 de outubro de 2002.

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