quinta-feira, 26 de janeiro de 2017


Memória dos Políticos


 

                            Quem deseje entrar na política deve ter uma memória extraordinária, prodigiosa, para lembrar os nomes das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo, o que vai ficando cada vez mais fácil, neste caso, em razão da redução do número de conjuntos, ou porque, quando se está indo a uma cidade o nome dela surge espontaneamente, como parte do percurso).

                            Aí mirar passado, presente e futuro, como programado, o que exige uma pequena biografia ou até “tarefagrafia”, a contagem das tarefas. Antes da computação isso seria muito difícil, em todo caso trabalhoso demais, manter fichários atualizados, tarefa que competia a secretárias, diligentes ou não. Agora pode-se profissionalizar, tendo-se um computador em casa, outro no escritório e um notebook (ou agenda) de viagem, fazendo-se as anotações e enviando por e-mail (correio eletrônico) para si mesmo ou outro computador remoto. MAS NUNCA, NUNCA MESMO, sob condição nenhuma mesmo, anotar julgamentos de valor, ainda que por códigos, porque tudo vaza, em algum momento, ou o candidato permanente pode ser traído por uma secretária ciumenta (sexualmente, real ou imaginária tendência, ou por negação acidental ou não de precedência, ou de que modo for – mulheres magoadas são terríveis).

                            Anotações das tarefas recebidas ou incumbidas são fundamentais, com espaço e tempo, ou seja, data e lugar, a quem, por quê, as perguntas dos jornalistas: QUEM (figura ou psicanálises), POR QUÊ (objetivo ou psico-sínteses), COM QUÊ (produções ou objetos ou economias), COMO (organizações ou sociologias), QUANDONDE (espaçotempos ou geo-histórias). Seria bom se houvesse o lançamento de um CÍRCULO DE EXCLUSÃO telefônico, para receber em tal ou qual ocasião esta ou aquela figura, mas isso, a menos que levado com cuidado, seria perigoso.

                            Tarefas junto aos partidos, histórico das próprias presenças, discursos catalogados dos principais políticos do país (com gente paga para tal, ou empresa), avaliação segura das bandeiras, das chaves, das orientações, como postas no modelo (veja o artigo Fazendo Política, no Livro 20).

                            Uma listagem atualizada dos projetos próprios por seus efeitos ambientais, na coletividade, e dos julgados mais interessantes à volta. As pessoas às quais pedir conselhos, anotado-se (sem julgamento, sempre) os projetos delas por sua importância, como avaliada em círculos numerados sucessivos (0, os a copiar imediatamente, 1, aqueles que devem ser estudados e modificados, e assim por diante).

                            Enfim, avaliações da Chave do Ser (memória, inteligência e controle) própria e alheia, bem como da Chave do Ter (matéria, energia e informação) são importantíssimas.

                            Em resumo, a Memória geral e particular nunca foram analisadas nem pelos acadêmicos como pesquisa teórica nem pelos técnicos como desenvolvimento prático, digamos na forma de uma MP 1.0, assim como fez a Microsoft (o que renderá dinheiro demais).

                            Vitória, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003.

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