domingo, 29 de janeiro de 2017


MICA de Guerra

 

                            O A é de A/rtificial e o MIC é de M/emória, I/nteligência e C/ontrole, a Chave do SER do modelo. Portanto, MIC ARTIFICIAL, dos seres novos, sejam eles expansões biológicas/p.2 (baleias, chimpanzés, elefantes, golfinhos) ou psicológicas/p.3 (humanos) ou ciborgues (exterior robótico, interior humano) ou andróides (exterior humano, interior robótico) ou robôs ou computadores inteligentes. Na FC os militares vêm sonhando com isso. Parece sempre bom colocar essas criaturas não-humanas para lutar nossas guerras, mas na realidade seria horrível. Em primeiro lugar porque deveríamos evitar as guerras. Em segundo, elas não serão inconscientes, longe disso, terão consciências MUITO MAIS apuradas que as nossas, atuais. Se as nossas giram em torno de 1,0 (0,7 a 2,2, digamos, Bush JR a 0,9), as MICA terão 4, 8, 16, 32, 2n, sem limites.

                            Acontece que os programáquinas progredirão a um ritmo muito superior, pois não se trata mais de seleção natural biológica/p.2, nem de seleção artificial psicológica/p.3 (de PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; de AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundos) e sim informacional/p.4. Ou seja, a seleção na luta pela sobrevivência do mais apto ou mais hábil está dois degraus acima acelerada. Assim o Exército MICA (MICAE), a Aeronáutica MICA (MICAA), a Marinha MICA (MICAM), a Polícia MICA (MICApol) serão INUMANAS, não-humanas, de consciências (e inconsciências) MUITO MAIS avançadas que as humanas, incomparavelmente mais avançadas. Isso quer dizer guerras muito mais violentas, extremas de um modo que a humanidade não pode imaginar, de uma destrutividade inconcebível. Ponha-se no lugar dos animais e tente imaginar como seria na visão deles uma guerra humana – pois de nós para os seres novos a distância será logo muito maior.

                            Então, quando os generais de FC imaginam as guerras de FC com os “soldados universais”, “supersoldados” e outras invenções, não estão mesmo alcançando o lado negativo da soma. Nem de longe. Agora pare para fazer o exercício de imaginar a MICA voltada para a Dicionárienciclopédia inteira, todas as palavras elevando-se por saltos, contaminando-se mutuamente, fertilizando-se intercruzadamente. Ora, a MICA de guerra beneficiar-se-á também dessa multiplicação, ficando muito mais distante ainda.
                            Vitória, segunda-feira, 27 de janeiro de 2003.

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