Modelo da Árvore
A gente tem
tendência de ver as árvores como raízes, tronco, galhos, folhas, flores e
frutos, enquanto existência, e sombra, madeira, resina e outros produtos,
enquanto utilidade, mas ela é mais que isso - serve também como metáfora, pois
a árvore é no tronco o presente, enquanto a folha situada mais distante dele
representam o limite com o futuro. No plano a projeção no solo mostra até onde
a árvore vai para lançar os filhotes, as sementes.
Agora mesmo a Veja
número 1788, ano 36, # 5, de 05 de fevereiro de 2003, traz notícia quase
despercebida na página 74 de que o grupo AOL Time Warner teve prejuízo em 2002
de US$ 98,7 bilhões, o maior da história americana, quase o valor da ENRON
quando faliu. A pergunta de se as empresas grandes podem falir é sucessivamente
respondida com fartos exemplos. Podem, acontece sempre, pois é acabar com 100
%, independentemente de quando isso seja, se 100 mil reais a 100 bilhões de
dólares ou mais.
Seguissem o modelo
da árvore as empresas jogariam suas sementes-filhos longe do tronco,
deixando-as crescer por conta própria. O financiamento inicial seria secundado
por financiamentos externos e as empresas filhas, de início pequenas,
cresceriam para sua própria multiplicação depois, como no sistema das florestas
propagando-se para longe da linha principal, com relativa ou total autonomia.
O que é certo é que,
seja em curto ou em longo prazo, as empresas irão falir. Mais certo ou mais
tarde falirão. Então, no sentido de preparar a descendência, devem multiplicar-se
como prole, nem sempre da mesma espécie. O mais importante é subsistir como
grupo. A tentação de manter-se na mesma linha, como disse Gabriel de outro
modo, é grande, mas ela deve ser vencida pelo bem do grupo.
Vitória, sábado, 08
de fevereiro de 2003.
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