terça-feira, 31 de janeiro de 2017


Modelo da Árvore

 

                            A gente tem tendência de ver as árvores como raízes, tronco, galhos, folhas, flores e frutos, enquanto existência, e sombra, madeira, resina e outros produtos, enquanto utilidade, mas ela é mais que isso - serve também como metáfora, pois a árvore é no tronco o presente, enquanto a folha situada mais distante dele representam o limite com o futuro. No plano a projeção no solo mostra até onde a árvore vai para lançar os filhotes, as sementes.

                            Agora mesmo a Veja número 1788, ano 36, # 5, de 05 de fevereiro de 2003, traz notícia quase despercebida na página 74 de que o grupo AOL Time Warner teve prejuízo em 2002 de US$ 98,7 bilhões, o maior da história americana, quase o valor da ENRON quando faliu. A pergunta de se as empresas grandes podem falir é sucessivamente respondida com fartos exemplos. Podem, acontece sempre, pois é acabar com 100 %, independentemente de quando isso seja, se 100 mil reais a 100 bilhões de dólares ou mais.

                            Seguissem o modelo da árvore as empresas jogariam suas sementes-filhos longe do tronco, deixando-as crescer por conta própria. O financiamento inicial seria secundado por financiamentos externos e as empresas filhas, de início pequenas, cresceriam para sua própria multiplicação depois, como no sistema das florestas propagando-se para longe da linha principal, com relativa ou total autonomia.

                            O que é certo é que, seja em curto ou em longo prazo, as empresas irão falir. Mais certo ou mais tarde falirão. Então, no sentido de preparar a descendência, devem multiplicar-se como prole, nem sempre da mesma espécie. O mais importante é subsistir como grupo. A tentação de manter-se na mesma linha, como disse Gabriel de outro modo, é grande, mas ela deve ser vencida pelo bem do grupo.

                            Vitória, sábado, 08 de fevereiro de 2003.

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