terça-feira, 31 de janeiro de 2017


Internet na Mídia

 

                            Vendo racionalmente e intuindo que a Internet já é, jovem de 1989, com apenas 14 anos de vida, tão importante para tudo, embora ainda caótica, podemos perguntar porque a mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e a própria Internet) mundial não se vira para dar atenção TOTAL a ela.

                            Uma resposta, naturalmente muito fácil de ver, é que as elites não desejam igualdade com o povo, ressentindo-se da maioridade presumida deste. Porque de outra forma estariam fazendo todo tipo de propaganda da Internet. Colocariam os sítios ou sites, as home pages, os e-mails, todo gênero de informação, quiosques em cada esquina, webmasteres sempre disponíveis nas repartições, seções nos jornais e revistas, entrevistas nas rádios, programas na TV, distribuição de livretos nas escolas, dariam incentivos fiscais às empresas, fariam doação de terrenos às multiplicadoras – porque esta é uma tecnociência a jusante do rio, do futuro, e não a montante, do passado (quer dizer, a T/C não está plenamente dominada e o Brasil pode entrar livremente).

                            Pois a Internet é a mente internacional novíssima, que nos está dando acesso universal. Agora que tenho pensado mais nela me parece que devemos ensinar às crianças, antes mesmo delas aprenderem a ler e a mexer com os objetos. Para todas as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) em todos os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) dia após dia, dia-e-noite, 365 dias do ano, insistindo, perseverando, persistindo no café da manhã, no almoço, no café da tarde, no jantar, na ceia. Na fábrica e na rua, na repartição, em todos os lugares a todo instante. Nas escolas, nos lares, para todos os modos econômicos (agropecuaristas/extrativistas, industriais, comerciantes, dos serviços e bancários), para as 6,5 mil profissões, para todos os seis bilhões de seres humanos, sempre.

                            Veja que agora não preciso mais sair para consultar um livro, entro na Internet e pergunto pelo assunto. Não se tratando de nada muito profundo posso conseguir quase tudo. E os pesquisadores podem se comunicar instantaneamente através de uma Rede Mundial de Pesquisa & Desenvolvimento, RMPD, com filiais nacionais, como no Brasil a RNP, Rede Nacional de Pesquisas.

                            Com o tempo melhorará ainda mais.

                            Antes eu devia ir à estante, achar o livro, abrir a página certa. Para começar deveria ter o livro, que custa de 10 a 30 dólares, ou mais. No momento em que todos puderem universalmente, pagando a banda larga do próprio bolso ou sendo financiado pelo governo ou pelas empresas, acessar a Internet a qualquer instante, por qualquer tempo, sem limites, o salto estará dado. É incrível não haver mais gente batalhando pela coisa! É assombroso demais! Dá um frio na barriga.

                            A condição de colocar em contato todas e cada uma das pessoas e todos e cada um dos ambientes é justamente essa, o que nos vem de brinde. Que poder organizador formidável foi posto em andamento! De tudo fico mais pasmado é com os governempresas e demais órgãos e entidades políticadministrativas não estarem se empenhando o bastante. Pensando bem, eu jogaria os governos todos na tarefa preferencial, central, de ampliar e qualificar a Internet, ou seja, de multiplicá-la quantitativa e qualitativamente. Ela por si só seria um instrumento revolucionário por excelência. É o espanto dos espantos.

                            Vitória, sexta-feira, 07 de fevereiro de 2003.

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