Internet na Mídia
Vendo racionalmente
e intuindo que a Internet já é, jovem de 1989, com apenas 14 anos de vida, tão
importante para tudo, embora ainda caótica, podemos perguntar porque a mídia
(TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e a própria Internet) mundial não se vira
para dar atenção TOTAL a ela.
Uma resposta,
naturalmente muito fácil de ver, é que as elites não desejam igualdade com o
povo, ressentindo-se da maioridade presumida deste. Porque de outra forma
estariam fazendo todo tipo de propaganda da Internet. Colocariam os sítios ou
sites, as home pages, os e-mails, todo gênero de informação, quiosques em cada
esquina, webmasteres sempre disponíveis nas repartições, seções nos jornais e
revistas, entrevistas nas rádios, programas na TV, distribuição de livretos nas
escolas, dariam incentivos fiscais às empresas, fariam doação de terrenos às
multiplicadoras – porque esta é uma tecnociência a jusante do rio, do futuro, e
não a montante, do passado (quer dizer, a T/C não está plenamente dominada e o
Brasil pode entrar livremente).
Pois a Internet é a
mente internacional novíssima, que nos está dando acesso universal. Agora que
tenho pensado mais nela me parece que devemos ensinar às crianças, antes mesmo
delas aprenderem a ler e a mexer com os objetos. Para todas as PESSOAS
(indivíduos, famílias, grupos e empresas) em todos os AMBIENTES
(municípios/cidades, estados, nações e mundo) dia após dia, dia-e-noite, 365
dias do ano, insistindo, perseverando, persistindo no café da manhã, no almoço,
no café da tarde, no jantar, na ceia. Na fábrica e na rua, na repartição, em
todos os lugares a todo instante. Nas escolas, nos lares, para todos os modos
econômicos (agropecuaristas/extrativistas, industriais, comerciantes, dos
serviços e bancários), para as 6,5 mil profissões, para todos os seis bilhões
de seres humanos, sempre.
Veja que agora não
preciso mais sair para consultar um livro, entro na Internet e pergunto pelo
assunto. Não se tratando de nada muito profundo posso conseguir quase tudo. E
os pesquisadores podem se comunicar instantaneamente através de uma Rede Mundial de Pesquisa &
Desenvolvimento, RMPD, com filiais nacionais, como no Brasil a RNP, Rede Nacional de Pesquisas.
Com o tempo
melhorará ainda mais.
Antes eu devia ir à
estante, achar o livro, abrir a página certa. Para começar deveria ter o livro,
que custa de 10 a 30 dólares, ou mais. No momento em que todos puderem
universalmente, pagando a banda larga do próprio bolso ou sendo financiado pelo
governo ou pelas empresas, acessar a Internet a qualquer instante, por qualquer
tempo, sem limites, o salto estará dado. É incrível não haver mais gente
batalhando pela coisa! É assombroso demais! Dá um frio na barriga.
A condição de
colocar em contato todas e cada uma das pessoas e todos e cada um dos ambientes
é justamente essa, o que nos vem de brinde. Que poder organizador formidável
foi posto em andamento! De tudo fico mais pasmado é com os governempresas e
demais órgãos e entidades políticadministrativas não estarem se empenhando o
bastante. Pensando bem, eu jogaria os governos todos na tarefa preferencial,
central, de ampliar e qualificar a Internet, ou seja, de multiplicá-la
quantitativa e qualitativamente. Ela por si só seria um instrumento
revolucionário por excelência. É o espanto dos espantos.
Vitória,
sexta-feira, 07 de fevereiro de 2003.
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