Pessoambientes Gordas
No Livro 18, O Custo da Obesidade, comecei a tratar
do assunto. E há que se ver que não são só as PESSOAS (indivíduos, famílias,
grupos e empresas) que são gordas, os AMBIENTES (municípios/cidades, estados,
nações e mundo) também o são. Por exemplo, os EUA são um país gordo, pois 56 %
da gente de lá é obesa. Na TV, no cinema e na mídia inteira só mostram os
magros, mas há uma quantidade inacreditável de gordos, como vemos nos
documentários e sabemos das notícias.
Com a facilidade contemporânea
– depois de 1789 – de conseguir especiarias, temperos, pastas, açúcares de
todas as procedências, mel, gorduras de todos os tipos, proteínas às toneladas,
vitaminas em potes, as pessoas estão padecendo de excesso e não mais de falta.
Pelo menos parte das pessoas, em especial nos países industrialmente avançados,
os mais ricos, as nações ricas e médias-altas, do primeiro e segundo mundos.
Como viver num mundo em que oferecem tantos sorvetes, tantas guloseimas, tantas
carnes gordas? Em todo lugar aonde vamos encontramos pães de queijo, bolos
confeitados, docinhos aos quilos, uma infinidade de chamados e tentações, para
quem tem, como os adultos, 600 papilas gustativas – com 900 nas crianças. Uma infinidade
de apelos de consumo e muito poucos de contenção. Viciados que somos desde
criancinhas em devorar sem parar montanhas de comidas, como faremos para
emagrecer? Pais e mães nos viciam desde muito cedo, empresas querem lucrar
fazendo-nos devorar e saborear e abocanhar tudo que vemos. Os químicos, os
biólogos e os psicólogos quebram suas nobres cabeças para nos fazer
dependentes. É uma dependência química, alguém duvida? E até mais maliciosa ou
mortal que a dos cigarros e drogas. Quantos morrem de comer e beber demais?
Não é fácil o pobre
indivíduo, na base espremida da pirâmide coletiva, conseguir qualquer avanço,
porque ele toma um remédio supressor e logo adiante depara com mil anúncios
estimulando-o a se sobrealimentar. Seria preciso que o mundo, as nações, os
estados, as cidades/municípios, as empresas, os grupos e as famílias fizessem
regime também, ARRANJANDO OUTRAS MOTIVAÇÕES, virando a cabeça e a boca noutra
direção e sentido, aplicando-se em resolver os problemas pendentes que nos
angustiam. Devíamos dizer: agora, COLETIVAMENTE, vamos emagrecer, e para isso
teremos este e aquele programa de apoio.
Fora disso é cavar
buraco n’água.
Fora disso é ilusão.
Ou oportunismo.
Vitória,
segunda-feira, 20 de janeiro de 2003.
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