terça-feira, 31 de janeiro de 2017


Medidas Exatas

 

                            Como já mostrei, pelo fato de haver medida por desdobramento quase-fractal (não é verdadeiramente fractal, posto que real, porque o fractal, sendo virtual, desdobra-se para sempre, enquanto o real não), que vai do nível individual para baixo no sentido da micropirâmide (corpomente, órgão, célula, replicadores, moléculas, átomos, subcampartículas e campartícula fundamental, parando aqui, lá por 10-35 do metro), há um limite de utilidade. A medida, que é comparação daquilo que se vai medir com um padrão ou definição, é composta de dois atos: 1) a MEDIDA GEOMÉTRICA, que é visual, a que vale mesmo, compara o metro, múltiplos e submúltiplos (seria melhor dizer DIVISORES, ou seja, múltiplos quando fossem vários metros e divisores quando fossem frações dele) com o objeto, e 2) a MEDIDA ALGÉBRICA, que é relativa à memória, visa guardar os elementos para ulterior referência.

                            Quando vamos medir uma escrivaninha dizemos que ela tem um metro, dois decímetros (ou vinte centímetros), sete centímetros, três milímetros, ou 1,273 m. Poderíamos continuar descendo até a propriedade métrica do universo, identificada por Stephen Hawking, lá pela região de Planck, citada acima, ou parar naquilo. Veríamos que é maior que um metro, maior que dois decímetros, maior que sete centímetros, ficando em torno de três milímetros, entre 2,5 e 3,5 mm. Estaria feita a primeira operação de medida, que é a identificação visual dos ultrapassamentos do padrão. Agora, COLOCAR OS NÚMEROS diz respeito apenas à memorização. Então, a medida é uma dupla operação geométrica e algébrica, geo-algébrica, ou matemática.

                            Ela não pode ser exata, não há como. Entretanto, a imprensa existe e insiste, ela diz EXATOS DOIS METROS, ou EXATOS 33 CM. Evidentemente isso é besteira anunciada como vitoriosa conquista. Ademais, colocar 700 não torna o número mais exato que 733 ou 687 ou qualquer outro. Colocar um, dois, “n” zeros não dá mais precisão à medida – isso é absurdo. Como que 7:00 horas pode ser medida mais exata que 7:33 ou 6:55 ou o que for?

                            Na realidade a Imprensa geral está longe de ser medida exata das coisas – ela é anúncio parcial (e freqüentemente atrasado, quando não desfocado) da realidade.

                            Vitória, sábado, 08 de fevereiro de 2003.

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